A aliança de combatentes curdos e árabes, apoiada por Washington, iniciará o ataque final contra Raqa, principal reduto do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, no "princípio do verão" (hemisfério norte, inverno no Brasil), anunciou à AFP uma comandante da coalizão. "Depois da libertação de Tabqa, estamos na quarta fase (da batalha) (...) O ataque contra Raqa começará no início do verão", informou Rojda Felat, uma comandante das Forças Democráticas Sírias, entrevistada pela AFP na cidade de Tabqa, de onde os jihadistas foram expulsos na quarta-feira.
"Comemoramos a tomada de Tabqa e vamos concentrar as tropas" para o ataque final, que deve acontecer muito provavelmente em "junho", disse. Dependerá "das circunstâncias e das táticas militares", acrescentou. A conquista de Taqba (norte) na quarta-feira (10), depois de semanas de combates, é uma das vitórias mais importantes das FDS, a aliança de milícias curdas e árabes apoiada pelos Estados Unidos que luta contra os extremistas do EI desde 2015.
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"As campanhas militares (contra o EI) continuarão", afirmou Kahraman Hasan, comandante adjunto das FDS, em uma entrevista em Taqba. A conquista desta cidade chave no caminho até Raqa aconteceu um dia depois do anúncio público do governo dos Estados Unidos de sua intenção de fornecer diretamente e pela primeira vez armas para a milícia curda das FDS, as Unidades de Proteção Popular (YPG).
"Com o início do ataque contra Raqa [...] vamos receber, como eles (os americanos) nos prometeram, as armas e os veículos blindados", disse o comandante Hasan. "Até agora estas armas não chegaram. Pensamos que vamos recebê-las em breve", completou.
O anúncio americano revoltou a Turquia, aliada dos Estados Unidos, porque Ancara considera as YPG um "grupo terrorista". As FDS estão dominadas pelas YPG, principal aliado dos americanos na luta contra o EI na Síria. Desde o início em novembro da grande ofensiva para recuperar Raqa, as FDS conseguiram, com o apoio das forças americanas, assumir o controle de amplas zonas da província de mesmo nome. Também conseguiram cortar os principais eixos viários ao redor da cidade.