A criação de um orçamento comum para a zona do euro e "certo grau de mutualização da dívida" através de uma gestão conjunta são algumas das propostas de Madri para o futuro da zona do euro, afirmou uma fonte do governo espanhol à AFP nesta segunda-feira (15). "A zona do euro demonstrou ser vulnerável às pertubações econômicas 'porque não há mecanismos de absorção eficazes'", explicou essa fonte, citando fragmentos da proposta revelada pelo jornal espanhol El País.
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O novo presidente francês, Emmanuel Macron, já demonstrava, antes mesmo de assumir o cargo, sua aposta na criação de um ministro das Finanças e de um orçamento para a zona do euro, assim como de um parlamento para este bloco monetário.
Em suas propostas, Madri também se mostra a favor de uma "capacidade fiscal comum como instrumento de estabilização", que poderia consistir em um instrumento para investimentos e com um seguro-desemprego complementar ao nacional, segundo essa fonte.
Em uma linha mais próxima à da Alemanha, partidária do rigor fiscal, a Espanha matiza que esse orçamento comum se "deve complementar com uma estrita aplicação das regras de estabilidade" que estão em vigor no bloco.
Mutualização da dívida
A Espanha também defende, na área fiscal e "no longo prazo", por um "certo grau de mutualização da dívida" através de uma gestão conjunta nos 19 países do euro.
Essa ideia de criar uma espécie de Eurobonos não convence a Alemanha, maior economia da zona do euro, que leva em conta o elevado endividamento público em países como Itália, Portugal e Espanha, que se viram mais afetados pela crise financeira mundial de 2008 e a posterior crise da dívida.
Em Berlim, Macron manifestou nessa segunda-feira diante da chanceler alemã, Angela Merkel, ser contra uma "mutualização das dívidas do passado", e se disse partidário de abrir um debate sobre "novos mecanismos de investimentos para o futuro".
O acesso aos instrumentos de uma união fiscal propostos pela Espanha estariam condicionados "ao cumprimento de critérios de convergência real" para reduzir os riscos, explicou a fonte.
Em sua proposta, Madri, que também quer acabar de completar a união bancária, defende "reforçar e controlar a implementação de reformas estruturais" nos países da zona do euro.