EUROPA

Merkel e Macron dispostos a mudar tratados europeus se necessário

Os dois líderes se expressaram após um primeiro encontro na capital alemã depois da eleição de Emmanuel Macron

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Publicado em 15/05/2017 às 16:24
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Os dois líderes se expressaram após um primeiro encontro na capital alemã depois da eleição de Emmanuel Macron - FOTO: Foto: Thierry Charlier/AFP
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A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron disseram estar abertos à ideia de uma mudança nos tratados europeus para reformar a Europa em crise frente ao crescimento do populismo.

"Do ponto de vista alemão, é possível mudar os tratados se isso fizer sentido", declarou à imprensa em Berlim Angela Merkel, enquanto o chefe de Estado francês ressaltou que "não haverá tabu" em relação a esta ideia.

Os dois líderes se expressaram após um primeiro encontro na capital alemã depois da eleição de Emmanuel Macron.

O novo presidente francês defende uma mudança nos tratados há tempos, principalmente para reformar a zona do euro.

Mas, até à data, Berlim se mostrou muito reticente. A lembrança da rejeição na França do projeto de Constituição europeia em 2005 deixou uma má impressão e a perspectiva de ter que validar qualquer mudança nos tratados por meio de ratificação em todos os países levanta dúvidas.

Macron também defendeu uma "reforma histórica" da Europa, especialmente frente ao crescimento do populismo e do risco de desintegração do bloco europeu.

Ao mesmo tempo, ele se esforçou para tranquilizar seu afintrião alemão, assegurando ser contra dividir "as dívidas do passado" entre os países da zona do euro.

"Eu não sou um defensor da repartição de dívidas do passado" na zona do euro, disse Macron, porque "isso conduz a uma política de desestabilização".

Ele, no entanto, pediu para abrir o debate sobre futuros projetos de investimento.

"O que acredito é que temos novos investimentos a fazer e, portanto, devemos considerar mecanismos novos para o futuro e trabalhar no sentido de uma maior integração", declarou Macron.

"O que a zona do euro precisa é uma política pró-ativa em termos públicos e privados e, portanto, pensar em maneiras de injetar dinheiro novo", disse ele.

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