O governo da Síria teria instalado um crematório no complexo penitenciário de Saidnaya, ao norte de Damasco, para destruir os corpos de milhares de prisioneiros executados nos últimos anos, denunciaram os Estados Unidos nesta segunda-feira (15).
Stuart Jones, sub-secretário interino do Departamento de Estado para o Oriente Médio, apresentou a jornalistas imagens de satélites que aparentemente mostram a neve derretendo no teto dessas instalações.
"A partir de 2013, o regime sírio modificou um edifício no complexo de Saydnaya para o que acreditamos ser um crematório", declarou o funcionário.
"Apesar de muitas atrocidades cometidas pelo regime já terem sido documentadas, acreditamos que a construção de um crematório é um esforço para encobrir a extensão dos massacres em Saydnaya", ressaltou.
Leia Também
- Entenda o plano para silenciar as armas em parte da Síria
- Bombardeios nas "zonas de segurança" sírias cessaram desde 1º de maio
- Acordo entre Rússia, Turquia e Irã sobre 'zonas de segurança' na Síria
- [VÍDEO] Pessoas confundem barulho de tiros no Rio com a Síria
- Rússia e Turquia defendem zonas de desescalada para pacificar a Síria
- Ataque do Estado Islâmico mata 46 em campo de refugiados na Síria
- Trump e Putin conversam sobre Síria, Coreia do Norte e G20
Acusações
Ele acusou a Síria de cometer "assassinatos em massa" e pediu que o governo do presidente Bashar al-Assad acabe com "essas atrocidades".
Jones indicou que a informação sobre o crematório chegou ao conhecimento de Washington por meio de agências humanitárias e pela "comunidade americana de inteligência".
Segundo ele, até 50 pessoas seriam enforcadas diariamente nesta prisão.
Jones não forneceu um número concreto de vítimas, mas mencionou um estudo da organização Anistia Internacional que estima entre 5.000 e 11.000 o número de mortos nesta prisão entre 2011 e 2015.
Neste mesmo período, o governo de Assad teria aprisionado entre 65.000 e 117.000 pessoas.