O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se defendeu nesta terça-feira (16) da acusação de repassar informações secretas com a Rússia alegando que tem o "direito absoluto" de compartilhar estes dados reservados de inteligência.
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"Como presidente, quis compartilhar com a Rússia (em um evento aberto da Casa Branca), como é meu direito absoluto, fatos sobre terrorismo e segurança aeronáutica", expressou Trump em uma série de tuítes.
As President I wanted to share with Russia (at an openly scheduled W.H. meeting) which I have the absolute right to do, facts pertaining....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 16 de maio de 2017
...to terrorism and airline flight safety. Humanitarian reasons, plus I want Russia to greatly step up their fight against ISIS & terrorism.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 16 de maio de 2017
Além disso, expressou o presidente, queria que a "Rússia aumentasse de forma importante sua participação na luta contra o EI (Estado Islâmico) e o terrorismo".
Desde a tarde de segunda-feira, o presidente se encontra no centro de um escândalo por denúncias de ter repassado a funcionários russos informações de inteligência que eram consideradas de grau máximo de reserva.
Na semana passada, Trump recebeu no Salão Oval o chanceler russo, Serguei Lavrov, e de acordo com denúncias de jornais como Washington Post e The New York Times, assim como da rede CNN, nesta conversa Trump mencionou que o EI planejava ataques contra os Estados Unidos utilizando laptops em voos.
Segundo fontes de alto escalão do governo, esta informação foi oferecida aos Estados Unidos por um aliado com a condição de não repassá-la a ninguém, nem mesmo a outros países aliados, para não expor a fonte dos dados.
Assim, a mensagem de Trump no Twitter nesta terça-feira parece confirmar que o presidente efetivamente mencionou estas ameaças em sua conversa com Lavrov, mas considera que fez a coisa certa.
Esta explosiva denúncia ocorre em meio ao terremoto político gerado há uma semana pela demissão do diretor do FBI, James Comey, que investigava precisamente os contatos entre a Rússia e o comitê de campanha de Trump nas eleições do ano passado.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou nesta terça-feira, por sua vez, que a questão da suposta divulgação por parte de Trump de segredos do Estado à Rússia não merece ser confirmada ou negada, classificando-a de "nonsense".
"Para nós, isso não é uma questão, é nonsense", disse Peskov. "Não é uma questão que merece ser confirmada ou negada", acrescentou.