CHECHÊNIA

Ativistas LGBT russos resgatam e pedem asilo para 43 gays da Chechênia

ONG informou que nove dos 43 evacuados já saíram do país, mas não revelou para onde emigraram

Agência Brasil
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Publicado em 18/05/2017 às 17:18
Foto: Sergei Supinsky/AFP
ONG informou que nove dos 43 evacuados já saíram do país, mas não revelou para onde emigraram - FOTO: Foto: Sergei Supinsky/AFP
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Ativistas da ONG Rede Russa LGBT informaram nesta quinta-feira (18) que resgataram 43 homossexuais da Chechênia e pediram asilo para os mesmos em países europeus, perante o perigo que eles correm nessa república do Cáucaso, segundo denúncias. A informação é da agência EFE.

"Hoje levamos 43 pessoas da Chechênia para distintas regiões da Rússia, que não nomeamos por motivos de segurança. Esperamos a ajuda dos países europeus com vistos para levá-los ao exterior", informou à agência Interfax um porta-voz da ONG.

Nove dos 43 evacuados já saíram do país, acrescentou, sem revelar para onde eles emigraram. "Tratamos com pelo menos cinco países para conseguir os vistos. Estamos negociando a abertura de corredores humanitários para membros da comunidade LGBT", explicou o interlocutor da ONG. Além disso, o porta-voz da Rede Russa LGBT precisou que, no total, houve pedidos de ajuda de mais de 80 homossexuais na Chechênia.

Sem representação

A "Rede Russa LGBT" não tem representação na Chechênia e nunca trabalhou antes nessa região de maioria muçulmana, que está no olho do furacão depois que o jornal russo Novaya Gazeta denunciou a perseguição e assassinatos de homossexuais em seu território, bem como a existência de prisões secretas para as minorias sexuais.

"As vítimas desconfiam de nós. Muitas dessas 43 pessoas estiveram presas e sofreram torturas", disse o porta-voz da ONG, que precisou que as detenções começaram em dezembro do ano passado.

O líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, qualificou de "provocação e calúnia" a reportagem do jornal, que relevou a situação dos gays na república, embora na semana passada tenha se manifestado disposto a cooperar com as autoridades federais russas na investigação das denúncias.

"Não se pode deter ou perseguir quem simplesmente não existe na nossa república. Se na Chechênia houvesse essa gente, os órgãos de segurança não teriam que se preocupar com eles, já que seus próprios familiares os enviariam a um local desde onde nunca retornariam", declarou Alvi Karimov, o porta-voz do líder checheno.

Os testemunhos das vítimas falam de confinamentos em condições sub-humanas, torturas com choques elétricas, violações com garrafas, desaparecimentos e mortes.

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