A redução da desigualdade na distribuição de renda na América Latina diminuiu o seu ritmo de queda nos últimos anos, mantendo-se como um "obstáculo para o desenvolvimento sustentável" da região, alertou a Cepal nesta terça-feira (30).
Entre 2008 e 2015, a desigualdade "diminuiu na América Latina graças à prioridade dada pelos países aos objetivos de desenvolvimento social, mas seu ritmo de queda desacelerou entre 2012 e 2015 e os níveis atuais continuam sendo muito elevados para alcançar o desenvolvimento sustentável", disse a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) em um relatório.
O Coeficiente de Gini - que mede a desigualdade, no qual "0" representa a ausência da desigualdade e "1" é a desigualdade máxima - mostrou que em 2015 o valor médio era de 0,469 para 17 países da América Latina, "um nível considerado alto", de acordo com a Cepal.
Entre 2008 e 2012 o índice diminuiu em média 1,2% por ano, mas seu ritmo de queda caiu à metade entre 2012 e 2015 (0,6% anual).
"A desigualdade é uma característica histórica e estrutural das sociedades da América Latina e do Caribe, que se manifesta nos múltiplos círculos viciosos", expressou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, em coletiva.
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Melhoria
Os avanços em matéria de redução foram impulsionados por uma melhoria relativa do ganho nos setores de baixa renda graças à formalização do emprego e do aumento dos salários mínimos. Também pelo aumento das transferências monetárias às camadas mais pobres.
Mas "as melhorias distributivas recentes não estiveram necessariamente associadas a uma divisão mais equitativa do capital e do trabalho", advertiu a Cepal.