O governo da região da Catalunha anunciou nesta sexta-feira (9) sua intenção de convocar, para o dia 1º de outubro, um referendo sobre a independência desse território espanhol de 7,5 milhões de habitantes. As informações são da Agência EFE.
"Você quer que a Catalunha seja um Estado independente na forma de uma República?", é a pergunta que os nacionalistas catalães farão aos cidadãos, anunciou publicamente o presidente da região, Carles Puigdemont.
O governo espanhol diz que essa consulta é ilegal por ser contrária à Constituição e deixou claro que adotará todas as medidas necessárias para impedi-la.
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Na sua declaração, o chefe do Executivo catalão explicou que a convocação será feita "em exercício do legítimo direito à autodeterminação que tem uma nação milenar" como a Catalunha e assegurou que seu Governo "se compromete a aplicar" o resultado das urnas.
Puigdemont lembrou que há sete anos o Tribunal Constitucional (TC) espanhol rejeitou a reforma do Estatuto da Catalunha, norma máxima que dita as regras da região, aprovado pelo Parlamento Catalão e ratificado em referendo pelos cidadãos.
Desde então, as tentativas de diálogo entre o governo catalão e o espanhol colheram uma "longa coleção de embates".
Com o anúncio da data e da pergunta a ser feita, Puigdemont cumpre sua promessa de buscar a independência, após a recusa do Governo espanhol de Mariano Rajoy em negociar uma consulta sobre a independência da Catalunha.
Consulta anulada
O Tribunal Constitucional já anulou uma primeira tentativa de consulta soberana, convocada pelo Governo catalão em novembro de 2014.
Os idealizadores do referendo, entre eles ex-chefe de Governo da Catalunha Artur Mas, foram processados e condenados a penas de inabilitação para cargo público.
Segundo Puigdemont, o Tribunal Constitucional espanhol é uma instituição "fortemente politizada" e "comprometida" com o governante Partido Popular (centro-direita) do presidente Mariano Rajoy.