Os ministros do Meio Ambiente do G7 se reúnem neste domingo (11) e na segunda-feira (12) em Bolonha, no norte da Itália, em uma reunião marcada pela decisão dos Estados Unidos de deixar o acordo de Paris sobre o combate às mudanças climáticas.
A questão do clima quebrou a unidade do G7, pela primeira vez em sua história, no final de maio, durante a cúpula de seus líderes na cidade siciliana de Taormina.
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Os ministros, reunidos em um hotel localizado nos arredores de Bolonha, vão discutir o Acordo de Paris em encontros bilaterais e mesas redondas, e tentarão descobrir se os Estados Unidos têm "propostas mais concretas" sobre o clima após a sua retirada do pacto, indicou à AFP um porta-voz da ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendricks.
Após a chanceler alemã Angela Merkel se opor à administração do presidente Donald Trump nas últimas semanas, Hendricks tem a intenção de se reunir em Bolonha com Scott Pruitt, o chefe da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, por sua sigla em inglês).
Pruitt foi um dos defensores mais fervorosos da retirada americana do acordo sobre o clima, considerado "ruim" para os Estados Unidos. E, antes de ocupar a pasta, lutou durante anos em Oklahoma, onde foi procurador-geral do estado, para coibir inúmeras iniciativas ambientais em benefício da indústria do petróleo.
Incerteza
Neste contexto, a postura americana durante a cúpula de Bolonha cria incerteza e deixa em aberto a declaração final tradicional do G7, o grupo de potências econômicas formado por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão.
A delegação chefiada por Pruitt poderia se limitar a expressar suas reservas sobre alguns pontos dessa declaração, mas também pode bloquear todo o conteúdo, o que seria inédito na história do G7.
Já os outros seis países parecem determinados a defender o Acordo de Paris. "O mundo já está virando as costas para o carbono", declarou o ministro japonês Koichi Yamamoto na abertura da cúpula.
"O Acordo de Paris foi muito importante (...) Foi um bom acordo para cada país e para todo o mundo", afirmou, por sua vez, a ministra canadense Catherine McKenna, que se comprometeu a fazer todo o possível para manter os compromissos do seu país na redução das emissões de gases do efeito estufa.
O Canadá pretende trabalhar "com todos os atores a nível subnacional" que querem lutar contra as mudanças climáticas, acrescentou, aludindo às cidades e estados de seu vizinho do sul, que criticaram a decisão de Trump sobre o pacto climático.
"Os mercados já reconhecem que existe uma oportunidade econômica que vale dezenas de milhões de dólares. No Canadá, como em todos os países, queremos criar bons empregos, apoiar a classe média, fazer crescer nossas economias, e o crescimento limpo é uma oportunidade real", argumentou McKenna aos seus colegas em Bolonha.