Coreia do Norte

Coreia do Norte liberta estudante americano que está em coma

A Coreia do Norte libertou o estudante americano Otto Warmbier, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por roubar material de propaganda de um hotel

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Publicado em 13/06/2017 às 16:17
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A Coreia do Norte libertou o estudante americano Otto Warmbier, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por roubar material de propaganda de um hotel - FOTO: Foto: Arquivo/AFP
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A Coreia do Norte libertou o estudante americano Otto Warmbier, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por roubar material de propaganda de um hotel, que está em coma há mais de um ano, anunciou sua família nesta terça-feira.

"Otto deixou a Coreia do Norte. Está em um voo especial médico no caminho de volta", indicaram seus pais, Fred e Cindy Warmbier, em um comunicado citado pela emissora CNN.

"Infelizmente, está em coma e fomos informados que ele está nesse estado desde março de 2016. Recebemos essa notícia há apenas uma semana", informaram. O estudante é esperado no final da tarde em Cincinnati, Ohio (norte).

Segundo o jornal The Washington Post, Otto Warmbier, de 22 anos, contraiu uma forma de botulismo pouco depois de seu julgamento em março de 2016 e recebeu uma dose de sonífero que fez com que entrasse em coma.

"Queremos que o mundo saiba como nós e o nosso filho fomos brutalizados e aterrorizados pelo regime pária da Coreia do Norte", acrescentaram os pais do jovem americano.

O chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, confirmou sua libertação, mas não fez comentários sobre o estado de saúde do jovem "por respeito a ele e à sua família".

O Supremo Tribunal da Coreia do Norte condenou em março de 2016 Otto Warmbier depois que ele reconheceu ter roubado um cartaz com um slogan político no hotel onde ele estava hospedado em Pyongyang.

Ele estava na Coreia do Norte por conta de uma excursão organizada pela agência chinesa Young Pioneer Tours. Ele foi preso no dia em que o grupo deveria retornar a Pequim em 2 de janeiro de 2016.

'O pior erro da minha vida'

Apresentado à imprensa estrangeira e diplomatas poucas semanas depois, declarou, em prantos, ter cometido "o pior erro da minha vida".

O estudante americano foi acusado por Pyongyang "de atividades hostis" e de complô contra a unidade da Coreia do Norte.

A diplomacia americana havia pedido à Coreia do Norte que o perdoasse, considerando a sentença excessivamente dura, e havia acusado Pyongyang de usar o jovem como moeda de troca de uma chantagem política.

Ao menos 17 americanos foram presos na Coreia do Norte nos últimos dez anos. Três seguem em detenção.

Rex Tillerson disse nesta terça-feira que irá trabalhar pela libertação dos outros três americanos detidos na Coreia do Norte.

A libertação do jovem coincide com a chegada à Coreia do Norte da ex-estrela de basquete Dennis Rodman, que inicia uma visita ao seu polêmico "amigo da vida", o dirigente Kim Jong-Un.

O ex-atleta visitou o país em cinco ocasiões. Ele é um dos poucos ocidentais a ter encontrado o ditador norte-coreano.

O governo Trump ressaltou que Rodman realizava esta viagem "de maneira privada".

As relações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte estão extremamente tensas desde a posse de Donald Trump , em razão das aspirações nucleares norte-coreanas.

Pyongyang realizou dezenas de disparos de mísseis e dois testes nucleares desde o início de 2016 com o objetivo de desenvolver um míssil capas de atingir o território americano.

Donald Trump receberá o novo presidente sul-coreano, Moon Jae-In, na Casa Branca nos dias 29 e 30 de junho para discutir "a ameaça crescente" representada pela Coreia do Norte.

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