Um suicida detonou explosivos nesta quinta-feira (15) em uma mesquita xiita lotada de Cabul, deixando quatro mortos e oito feridos, segundo autoridades, durante um Ramadã - mês de jejum sagrado dos muçulmanos - particularmente sangrento na capital afegã.
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O suicida se imolou na cozinha da mesquita, depois que a polícia o impediu de entrar no prédio principal, de acordo com o Ministério do Interior, segundo o qual testemunhas ouviram disparos na região. "Ataque terrorista na mesquita de Al-Zahra, oeste de Cabul. Forças especiais foram enviadas ao local", indicou o porta-voz do ministério, Najib Danish, no Twitter.
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que já havia investido várias vezes contra a minoria xiita em Cabul, reivindicou a autoria do ataque através de sua agência de propaganda, Amaq.
OUTRO ATAQUE
A capital afegã ainda está abalada com o atentado de 31 de maio, em que um caminhão-bomba matou 150 pessoas e deixou dezenas de feridos em um bairro diplomático, no pior ataque registrado em Cabul desde 2001. O atentado provocou a ira dos moradores da capital, que saíram por vários dias em manifestações, que resultaram em incidentes em 2 de junho, que deixaram quatro mortos. Outras sete vítimas foram alvo de disparos durante o funeral de um dos manifestantes.
Desde estes incidentes, grupos de opositores do regime estão acampados em seis pontos da capital para exigir a renúncia do governo.
Para tentar abafar os protestos, o Executivo afegão destituiu no último domingo duas autoridades dos serviços de segurança, entre elas o chefe da polícia de Cabul. O surgimento do EI alimentou os confrontos entre sunitas e xiitas no Afeganistão, país de maioria sunita que, até agora, estava livre deste tipo de conflito interconfessional.