A primeira-ministra britânica, Theresa May, prometeu nesta quinta-feira (22) que os cidadãos da União Europeia residentes no Reino Unido poderão continuar após o Brexit, mas rejeitou o desejo de Bruxelas para que a Justiça europeia supervisione seus direitos.
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Durante um jantar de trabalho com seus contrapartes europeus em Bruxelas, May expressou "um compromisso claro de que não se pedirá a nenhum cidadão da UE [que esteja] atualmente no Reino Unido de forma legal abandonar o país no momento em que o Reino Unido deixar a UE", explicou uma fonte do governo britânico.
Garantir os direitos dos cidadão europeus que vivem no Reino Unido após o Brexit é uma das principais preocupações da UE. Londres aceitou negociar isso em primeiro lugar, antes de começar a discutir um acordo de livre comércio, almejado pelo governo britânico.
Após mais de 40 anos de ligação pelo Canal da Mancha, hoje mais de 3 milhões de cidadãos europeus vivem no Reino Unido e cerca de 1 milhão de britânicos, nos países do bloco - em sua maioria, na Espanha.
INCERTEZAS
Como havia adiantado, a primeira-ministra apresentou uma oferta que considerou justa e séria para proteção dos direitos dos cidadãos residentes no Reino Unido. Seu futuro virou uma incógnita desde a vitória do Brexit no referendo, há um ano.
Contudo, May, que luta para manter sua autoridade após perder a maioria absoluta nas últimas eleições legislativas, também apresentou alguns planos que vão de encontro aos desejos do bloco.
A primeira-ministra conservadora rechaça que o Tribunal de Justiça da UE seja o encarregado de resolver os litígios de cidadãos europeus após o Brexit, enquanto Bruxelas deseja uma "jurisdição completa".
"Apenas nossos respeitáveis tribunais" poderão resolver essas questões, indicou May, segundo a fonte do governo britânico. Se os prazos forem cumpridos, a saída do Reino Unido da União Europeia está prevista para março de 2019.