MERCOSUL

Mercosul substitui a Venezuela para que dialogue ou saia do bloco

O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia também está na pauta

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Publicado em 21/07/2017 às 13:45
Foto: Andres Larrovere / AFP
O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia também está na pauta - FOTO: Foto: Andres Larrovere / AFP
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A crise venezuelana dominou os debates na cúpula do Mercosul na cidade argentina de Mendonza, e o encontro será encerrado nesta sexta-feira (21) com uma declaração que pede que o presidente Nicolás Maduro dialogue com a oposição ou aceite a suspensão permanente do grupo.

"Reiteramos nosso chamado à paz, à liberdade dos presos políticos e à adoção imediata de um calendário eleitoral na Venezuela, além da nossa disposição de estabelecer, em consulta com o governo e a oposição, um grupo de contato para mediar um processo de diálogo", disse o presidente argentino Mauricio Macri na abertura da cúpula, nesta sexta. 

Horas antes, o presidente Michel Temer tinha manifestado "uma grande preocupação com o povo venezuelano" e assegurou que "vamos continuar trabalhando na redemocratização do Estado venezuelano".

O chanceler argentino, Jorge Faurie, adiantou na última quinta o teor da declaração: se o governo de Maduro não desistir de realizar a Assembleia Constituinte e não dialogar com a oposição, o Mercosul vai suspender permanentemente a Venezuela de todos os órgãos.

A Venezuela está suspensa do Mercosul desde dezembro, devido ao descumprimento de obrigações comerciais assumidas em 2012, quando entrou no bloco.

A Constituinte, apontada pela oposição como uma forma de manter Maduro no poder, está marcada para 30 de julho.

Em comunicado da chancelaria, a Venezuela qualificou a cúpula de Mendoza de "ilegal" e considerou "alarmante o permanente uso temerário do mecanismo de integração a serviço de uma política de perseguição ao governo e ao povo da Venezuela".

Confiança no Brasil
 

Nesta cúpula, Temer vai receber a presidência do bloco, enquanto enfrenta graves acusações de corrupção em casa. 

Contudo, a crise política no maior sócio do Mercosul foi apenas mencionada. "O Brasil está vivendo um processo de recuperação econômica", apontou o ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne. 

Ele disse que os outros países do bloco confiam na sua recuperação econômica e nos "mecanismos institucionais" do Brasil. 

Em matéria de economia, a cúpula destacou a urgência de se abrir a associações com terceiros. 

"A participação do Mercosul tem que aumentar significativamente, e não conseguiremos se não negociarmos acordos internacionais com decisão e pragmatismo, nos integrando de forma inteligente os fluxos mundiais de comércio e investimentos", opinou Horacio Reyser, secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina. 

O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia também está na pauta. Dujovne tratou como se fosse certo o compromisso de criar esse espaço de livre-comércio de 760 milhões de pessoas, que teve grandes obstáculos em 17 anos de negociações.

"Se houver razoabilidade e se respeitarem certas assimetrias", o que já está acontecendo, o acordo vai se firmar, completou Reyser. 

A intenção é fechar o "acordo político" com os temas mais conflituosos acertados, embora o assunto mais espinhoso ainda não tenha sido discutido: a oferta europeia para as exportações sul-americanas de carne bovina e etanol, que pode chegar em outubro.

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