CONSTITUINTE

Oposição venezuelana pressiona Maduro a suspender eleição

O líder opositor venezuelano Leopoldo López reafirmou a exigência de que Maduro retire a Assembleia Constituinte

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Publicado em 25/07/2017 às 14:30
Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP
O líder opositor venezuelano Leopoldo López reafirmou a exigência de que Maduro retire a Assembleia Constituinte - FOTO: Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP
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A oposição venezuelana redobrou sua pressão para obrigar o presidente Nicolás Maduro a suspender a eleição de domingo da Assembleia que reformará a Constituição, mas o presidente assegura que seu polêmico projeto seguirá em frente.

Visitado na segunda-feira (24) pelo ex-chefe de Governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero em sua casa, onde se encontra em prisão domiciliar, o líder opositor venezuelano Leopoldo López reafirmou a exigência de que Maduro retire a Assembleia Constituinte, informou o dirigente Freddy Guevara no Twitter.

Guevara, coordenador do partido Vontade Popular, fundado por López, acrescentou que "também se conversou sobre o grave conflito que pode gerar uma Constituinte fraudulenta".

"Tomara que no regime alguém tenha a sensatez para suspender a ANC, mas nós não vamos baixar a guarda: a rua é nossa força", declarou o vice-presidente do Parlamento, controlado pela oposição.

Neste sentido, Guevara reafirmou em nome de López o chamado para a greve de 48 horas, a partir desta quarta-feira (26), e para a grande passeata de sexta, em Caracas, convocadas pela Mesa da Unidade Democrática (MUD) em sua ofensiva para barrar a Constituinte.

Essas ações da oposição intensificam ainda mais as manifestações contra o governo que começaram há quatro meses e deixaram mais de uma centena de mortos, milhares de feridos e centenas de detidos.

Mas durante uma cerimônia militar, Maduro assegurou que em poucos dias "o povo terá sua Assembleia Constituinte mesmo que chova, troveje ou relampaje". "É uma semana decisiva para a história da Venezuela", insistiu.

Rodríguez Zapatero, que promoveu em 2016 um diálogo fracassado, se encontra em Caracas tentando aproximar posições. Em entrevista ao jornal chileno La Tercera, disse que única opção para sair da crise é a busca de consenso.

Greve

Em sua ofensiva, a oposição convocou uma greve de 48 horas nesta quarta (26) e quinta (27), com bloqueios de ruas e apoio das principais centrais operárias. No entanto, o governo controla a estratégica indústria petroleira.

Na sexta (28), será realizada uma grande marcha em Caracas, sob advertência de que se Maduro insisitr na eleição, tomará ações mais contundentes no sábado (29) e no domingo (30) em "um boicote eleitoral cívico".

A oposição lançou sua ofensiva após o plebiscito simbólico que realizou no último domingo, em que assegura ter arrecadado 7,6 milhões de votos contra a Constituinte.

Como parte dessa estratégia, o Parlamento juramentou 33 magistrados de uma corte suprema paralela ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que acusa de servir ao governo.

Um dos juízes, o advogado Ángel Zerpa, foi preso no sábado pelo serviço de inteligência, ao que parece acusado de "usurpação de funções" e "traição à pátria", o que Guevara qualificou de "terrorismo de Estado".

Os juízes da corte paralela "serão presos um por um, e todos terão seus bens e contas congelados, e ninguém irá defendê-los", advertiu o presidente.

No sábado passado foram registrados fortes distúrbios em uma manifestação, e se teme novos surtos de violência esta semana. Só na greve de 24 horas da semana passada morreram cinco pessoas.

As Forças Armadas, às quais Maduro deu enorme poder político e econômico, serão mobilizadas em todo o país para proteger a eleição da Constituinte.

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