A oposição venezuelana estimou nesta quarta-feira em 92% a adesão ao primeiro dia da greve de 48 horas convocada contra o presidente Nicolás Maduro e sua Assembleia Constituinte, cujos delegados serão eleitos no domingo.
Leia Também
- Maduro rejeita 'insolente' sanção dos EUA contra funcionários venezuelanos
- Membros da OEA pedem suspensão da Constituinte na Venezuela
- EUA impõem sanções a mais venezuelanos e alertam contra a Constituinte
- UE preocupada sobre violação dos direitos humanos na Venezuela
- Cuba se recusa a participar de mediação sobre crise na Venezuela
"Se cumpriu a greve geral em 92% em todo o país. A Venezuela deixou claro a Nicolás Maduro que não vai se calar diante desta fraude constituinte", disse em coletiva o deputado Freddy Guevara em nome da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
O governo, entretanto, considera o protesto um fracasso. De acordo com o presidente da estatal PDVSA, Eulogio Del Pino, a indústria petroleira - fonte de 96% das divisas do país caribenho - operou em "completa normalidade".
"Foi derrotada a tentativa de greve geral, uma vitória da classe trabalhadora (...). O povo não aderiu à greve, as pessoas foram às ruas para trabalhar, viver, construir", expressou Maduro em um ato de campanha pela Constituinte.
Guevara, no entanto, garantiu que o setor petroleiro teve 77% de adesão à greve, enquanto no setor público foi de 82%.
Em sua ofensiva para tentar bloquear a Constituinte, que qualifica como uma manobra de Maduro para perpetuar-se no poder, a oposição fez na última quinta-feira uma paralisação de 24 horas, que afirma ter tido 85% de adesão.
A greve iniciada nesta quarta-feira foi marcada por violentos distúrbios em Caracas e em outras cidades. Um homem de 30 anos morreu na cidade de Ejido (estado Mérida, oeste), elevando para 104 o número de mortos em quatro meses de protestos contra o presidente.