O presidente Vladimir Putin anunciou neste domingo (30) que 755 diplomatas americanos devem deixar o território russo, como parte da decisão de reduzir para 455 o número de funcionários dos Estados Unidos em seu país.
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"Mais de um milhão de pessoas trabalhavam e continuam a trabalhar" nas representações diplomáticas americanas na Rússia, declarou Putin em entrevista ao Rossia 24, canal público de TV.
Segundo ele, "755 pessoas deverão interromper suas atividades na Rússia".
"Esperamos tempo suficiente, com a esperança de que a situação pudesse melhorar", revelou Putin durante a entrevista.
"Tudo indica, porém, que, caso a situação mude, isso não vai acontecer rapidamente", completou.
Na última quinta-feira (27), o Senado americano aprovou uma lei que reforça as sanções contra a Rússia por causa das denúncias de ingerência na eleição presidencial de 2016, assim como pela anexação da Crimeia em 2014.
Em dezembro do ano passado, o ainda presidente Barack Obama ordenou a expulsão de 35 diplomatas russos. Na época, Trump declarou que gostaria de manter uma boa relação com o governo russo.
A resposta de Moscou significa que os Estados Unidos terão o mesmo número de diplomatas que a Rússia em território americano.
A ordem de Putin, que entra em vigor a partir de 1º de agosto, também determina o fechamento de dois edifícios em Moscou, uma residência de verão e um armazém. Ambos os imóveis pertencem à embaixada americana.
Consultada pela AFP, uma fonte do Departamento de Estado em Washington declarou que não comentaria "o número de pessoas em missão no exterior".
De acordo com Putin, a Rússia "ainda tem coisas a declarar e pode restringir ainda mais os setores de atividades comuns".
Se as novas sanções, que ainda devem ser assinadas pelo presidente Trump, afetarem a Rússia "podemos pensar em outros tipos de respostas, mas espero que não tenhamos de fazer isso", completou.
"No momento, sou contrário" a mais medidas de represália, ressaltou.
Vice-ministro defende sanções
A decisão do Kremlin de expulsar diplomatas americanos deveria ter sido tomada antes, avaliou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Ryabkov, neste domingo (30), prometendo mais medidas em resposta, se os EUA não mudarem sua abordagem.
"Acredito que essa represália deveria ter sido tomada há muito tempo", afirmou o vice-ministro Ryabkov, no programa "This Week", da emissora americana ABC.
O vice-ministrto classificou o pacote de sanções contra Moscou como "uma lei completamente estranha e inaceitável", que foi "a última gota".
"Se a parte americana decidir continuar avançando para uma maior deterioração, responderemos. Responderemos do mesmo modo. Refletiremos sobre isso e adotaremos represálias", garantiu.
Pressionado para saber se a resposta implicaria sanções econômicas para as empresas e para os bens americanos, respondeu: "Temos uma ampla gama de possibilidades à nossa disposição. Seria ridículo de minha parte começar a especular sobre o que pode, ou não, acontecer".
"Não somos apostadores. Consideramos as coisas muito séria e responsavelmente, mas posso lhes assegurar que há diferentes opções sobre a mesa. E está sendo considerado todo tipo de coisa - tanto simétricas, quanto assimétricas - para usar um termo muito popular no mundo da diplomacia".
O texto americano que endurece as sanções contra a Rússia também impõe medidas contra Irã e Coreia do Norte.