O presidente americano, Donald Trump, advertiu no sábado (29) à noite que não permitirá mais a inação da China a respeito da Coreia do Norte, depois que o regime hermético testou na sexta-feira (28) um míssil balístico intercontinental.
Leia Também
- Coreia do Norte estaria prepararando novo disparo de míssil
- Câmara de Representantes dos EUA aprova sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte
- Coreia do Norte prepara novo teste de míssil
- Pentágono confirma novo lançamento de míssil da Coreia do Norte
- Japão impõe novas sanções à Coreia do Norte
- Coreia do Norte lançou míssil intercontinental com alcance de 1.000 km
- Coreia do Norte afirma que EUA estão ao alcance de seus mísseis
O líder norte-coreano Kim Jong-Un afirmou após o teste que "todo o território continental dos Estados Unidos" está a seu alcance, incluindo, segundo alguns especialistas, cidades como Nova York.
"Estou muito decepcionado com a China. Nossos estúpidos líderes do passado lhes permitiram gerar centenas de bilhões de dólares todo o ano em comércio, mas não fazem NADA por nós em relação à Coreia do Norte, apenas falar", queixou-se em uma série de tuítes.
"Não permitiremos que isso continue. A China poderia resolver isso facilmente!", completou.
Trump prometeu tomar "todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos Estados Unidos" e proteger seus aliados na região.
A ambição norte-coreana de virar uma potência nuclear prejudica a já delicada relação entre Washington e Pequim, principal aliado de Pyongyang.
Apesar da condenação das autoridades chinesas ao teste norte-coreano, por violar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, Pequim insiste que o único caminho para aproximar posições é o diálogo.
O secretário americano de Estado, Rex Tillerson, declarou que "como principais facilitadores econômicos do programa de desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos" da Coreia do Norte, "China e Rússia têm a única e particular responsabilidade por esta crescente ameaça à estabilidade da região e do planeta".
Dez horas de exercícios comuns
Como reação ao lançamento do míssil, Washington e Seul fizeram exercícios militares, usando mísseis terra-terra. após o lançamento. Os altos comandos de ambos os Exércitos discutiram as "opções de resposta militar", caso considerem um aumento da ameaça.
Bombardeiros americanos B-1B também participaram nas operações, que duraram pouco mais de 10 horas, ao lado de caças sul-coreanos e japoneses.
"Caso nos vejamos obrigados, estamos prontos para responder com uma força rápida, letal e esmagadora no momento e no local que decidirmos", alertou em um comunicado o general Terrence O'Shaughnessy, comandante da Força Aérea dos Estados Unidos no Pacífico.
A Coreia do Sul anunciou que tem a intenção de acelerar a instalação do sistema de intercepção THAAD (Terminal High Altitutd Area Defense), que conta com seis lançadores de mísseis interceptores.
Dois foram instalados 300 quilômetros ao sul de Seul. A China afirma que a presença do sistema "complicará os problemas".
Em matéria comercial, os Estados Unidos afirmam que a desequilibrada relação - marcada por um déficit comercial com a China de US$ 309 bilhões para o ano passado - se deve às políticas de Pequim que impedem o acesso a seu mercado.
A China culpa, por sua vez, as regras de Washington, que restringem as exportações americanas de alta tecnologia.