O governo dos Estados Unidos considerou nesta terça-feira (01) que o governo da Venezuela é responsável pelo destino dos líderes opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, que foram levados de volta à prisão depois que a Justiça revogou a sua prisão domiciliar. "Os Estados Unidos condenam as ações da ditadura de [Nicolás] Maduro e consideram que o regime é o responsável", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee.
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A porta-voz lembrou que o vice-presidente americano, Mike Pence, falou por telefone com López na semana passada, e apontou que tanto ele como Ledezma "são presos políticos".
López, de 46 anos, e Ledezma, de 62, os dois presos mais emblemáticos da oposição venezuelana, foram levados de volta à prisão porque, segundo o máximo tribunal, planejavam fugir e por fazerem declarações contra a Assembleia Constituinte impulsionada pelo presidente Nicolás Maduro.
O subsecretário adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado, Franscisco Palmieri, disse se sentir "profundamente preocupado" com o retorno de López e Ledezma à prisão. "Os EUA estão profundamente preocupados com as prisões [...], outro passo da Venezuela em uma direção equivocada", tuitou Palmieri. "Esta ação é mais uma prova do autoritarismo do regime" de Maduro, acrescentou.
A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, reiterou o chamado "pela libertação imediata" dos dois dirigentes opositores.
Prisão
López voltou para casa em 8 de julho, depois de ficar em uma prisão militar por três anos e cinco meses, de uma pena de quase 14 anos. Ledezma, ex-prefeito de Caracas, foi capturado em 19 de fevereiro de 2015 em seu gabinete e em abril deste ano foi para prisão domiciliar. É acusado de suposta conspiração contra Maduro. Mas na madrugada desta terça-feira (01), os dois foram levados à prisão militar de Ramo Verde.
Na segunda-feira, Washington sancionou Maduro congelando todos os ativos que o presidente possa ter sob a jurisdição dos Estados Unidos, um dia depois da votação da Constituinte.
O governo de Donald Trump já havia sancionado na semana passada 13 funcionários e ex-colaboradores de Maduro, acusados de quebrar a democracia, corrupção ou por violar os direitos humanos, após medidas tomadas no mesmo sentido em fevereiro e maio.