RACISMO

Suspeito de ataque com carro nos EUA tinha 'crenças radicais'

James Fields, de 20 anos, é acusado de homicídio doloso por matar uma mulher de 32 anos no sábado (12) ao jogar seu Dodge Challenger contra uma multidão de manifestantes

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 14/08/2017 às 17:05
Foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
James Fields, de 20 anos, é acusado de homicídio doloso por matar uma mulher de 32 anos no sábado (12) ao jogar seu Dodge Challenger contra uma multidão de manifestantes - FOTO: Foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Leitura:

O supremacista branco suspeito de jogar o seu carro contra uma multidão de manifestantes no fim de semana foi descrito nesta segunda-feira como um homem reservado e que durante anos manteve opiniões radicais. 

James Fields, de 20 anos, é acusado de homicídio doloso por matar uma mulher de 32 anos no sábado (12) ao jogar seu Dodge Challenger contra uma multidão de manifestantes após uma violenta marcha de neonazistas e supremacistas brancos em Charlottesville, na Virgínia.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, disse ao programa Good Morning America, da ABC, que o ataque - que também feriu 19 pessoas - seria "a definição de terrorismo doméstico", segundo a lei americana.

Fields apareceu como um rapaz introvertido que tinha opiniões supremacistas e admirava a ideologia nazista, mas que falhou como soldado, apesar do fascínio com as táticas militares.

Uma foto de Fields tirada na marcha de sábado (12) o mostrava carregando símbolos atribuídos a uma organização racista de direita, de acordo com o Southern Poverty Law Center, que monitora grupos de ódio americanos.

Histórico

As opiniões de Fields eram conhecidas por Derek Weimer, seu ex-professor na Randall K. Cooper High School, em Kentucky, que declarou que outros professores também estavam preocupados com o quieto estudante que tinha "crenças muito radicais".

Ele era muito interessado por táticas militares, especialmente a utilizada pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, disse Weimer.

"Ele sabia muito sobre o nazismo. Ele realmente tinha uma afeição por Adolf Hitler", disse à CNN.

"Ele frequentou uma boa escola. Viveu em uma boa vizinhança. Havia gente suficiente ao seu redor para tentar guiá-lo na direção correta. Meu primeiro sentimento é que falhamos. Eu falhei", afirmou Weimer em uma entrevista separada à rádio pública de Ohio WVXU.

Fields se alistou para o Exército americano em agosto de 2015, logo após se formar, mas foi liberado quatro meses depois "devido à incapacidade de cumprir com os padrões de treinamento", disse o Serviço em declaração.

O jovem e sua mãe, Samantha Bloom, se mudaram de Kentucky para um local próximo a Ohio nos últimos meses, segundo relatos da imprensa.

Bloom disse ao jornal Toledo Blade que seu filho comentou que ia a um comício da "direita alternativa" na Virgínia, usando um termo que inclui Ku Klux Klan, neonazistas e nacionalistas brancos.

"Achei que tivesse algo a ver com Trump", declarou a mãe ao jornal, acrescentando que não sabia sobre a natureza extremista do evento.

"Tento ficar de fora de suas visões políticas", confessou.

Últimas notícias