O ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Pérez, assegurou nesta terça-feira que a principal refinaria do Equador está em uma "situação crítica", em uma nova reprovação ao governo do ex-presidente Rafael Correa, responsável por sua milionária reabilitação.
"A situação da refinaria de Esmeraldas é crítica. O trabalho de 'repotenciação' não foi integral, foi focado em certos setores da refinaria", assegurou o ministro.
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Pérez, que visitou junto com o presidente Lenín Moreno as instalações desta refinaria a cargo da petroleira estatal Petroecuador, afirmou que "há problemas sérios na operação de certas áreas", entre elas a de armazenamento de combustíveis e a de geração de eletricidade.
"Ainda não temos um número que possamos comunicar do que significaria fazer toda esta reparação", assinalou o ministro.
A refinaria de Esmeraldas é um dos projetos investigados no caso de corrupção que sacudiu a Petroecuador, que afetou vários funcionários do governo de Correa.
Construída nos anos 1970, é a maior refinaria - com capacidade de processamento de 110.000 barris diários - das três que operam no país.
Foi objeto de uma "repotenciação", avaliada em mais de dois bilhões de dólares, durante os primeiros anos do governo anterior, que a considerou a sua obra mais emblemática.
O ministro apresentou a Moreno uma análise do setor de hidrocarburetos do Equador - menor membro da Opep - na qual criticou o estado das outras instalações, como o poliduto Pascuales Cuenca e o megaprojeto de gás liquefeito da Petróleo Monteverde-Chorrillo.
Revisão
Também aconselhou revisar a pertinência diante da falta de investimentos da Refinaria do Pacífico, outro megaprojeto do governo de Correa, que até a data só teve 1,5 bilhão de dólares investido dos 15 bilhões previstos, segundo o Ministério.
O relatório de Pérez é outro capítulo da fissura no governo entre Moreno e seu vice-presidente, Jorge Glas, que tem como aliado o ex-presidente Correa em uma luta de poder por acusações de corrupção.