A ex-primeira-ministra tailandesa Yingluck Shinawatra não compareceu, nesta sexta-feira, para ouvir o veredicto de um julgamento por negligência, o que levou o juiz a decretar sua prisão diante do risco de fuga.
"Sua advogada declarou que ela está doente e pediu o adiamento da sessão (...) mas o tribunal não acredita que esteja enferma (...) e decidiu emitir uma ordem de prisão", declarou o juiz encarregado do caso, Cheep Chulamon.
Milhares de partidários de Yingluck Shinawatra foram ao tribunal para acompanhar a leitura do veredicto contra a ex-premier, cujo governo foi derrubado por um golpe de Estado em 2014.
Uma condenação representaria um golpe para a poderosa família Shinawatra, que venceu todas as eleições democráticas desde 2001 e se mantém na cena política apesar de golpes de Estado, protestos sangrentos e processos judiciais.
A ex-primeira-ministra da Tailândia é acusada de negligência na instauração de um programa de subsídios de arroz.
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O programa contemplava a compra de arroz dos produtores rurais, base eleitoral dos Shinawatra, a um preço superior ao de mercado.
Mas Yingluck alega que foi uma ajuda necessária para apoiar os produtores mais pobres, que historicamente recebem pouca ajuda do governo.
Pena
Shinawatra Yingluck pode ser condenada a até 10 anos de prisão e inabilitada a ocupar cargo público pelo resto da vida.
O irmão de Yingluck, Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro que também foi derrubado por um golpe de Estado em 2006, vive no exílio há vários anos para evitar uma pena de dois anos de prisão por corrupção.