O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se reuniu nesta quarta-feira (30) com o ex-chefe do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero para analisar um possível diálogo com a oposição, informou o mandatário.
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Também participou do encontro Delcy Rodríguez, presidente da Assembleia Constituinte que rege a Venezuela com poderes absolutos.
"Tive uma reunião com a presidente da Assembleia Constituinte há alguns minutos, estávamos com o ex-presidente do governo espanhol Rodríguez Zapatero trabalhando todos os temas que têm a ver com o diálogo, acompanhamento do diálogo", disse Maduro em um ato público.
Segundo o governante, no encontro também se avaliou uma provável cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que pretende restabelecer os vínculos da Venezuela com a região e avaliar um acompanhamento do organismo a eventuais negociações.
Rodríguez Zapatero promove há vários meses um diálogo entre o governo de Maduro e a oposição para resolver a grave crise política, aprofundada com a instalação da Constituinte no dia 4 de agosto, sem a participação dos opositores.
A reunião desta quarta-feira aconteceu um mês depois de Maduro criticar Rodríguez Zapatero por um comunicado em que, segundo o presidente, informava sobre assuntos que se considerava necessário "manter em resguardo".
No texto, o ex-mandatário espanhol disse que o principal responsável para que haja uma negociação é o governo, e pediu "novos gestos", embora tenha frisado que sem vontade e determinação da oposição nada será possível.
Rodríguez Zapatero promoveu um diálogo fracassado de um mês no final de 2016, que também contou com o apoio do Vaticano. A aproximação fracassou entre acusações e descumprimentos mútuos de acordos.
Oposição venezuelana
Henrique Capriles, uma das principais figuras da oposição, afirmou nesta quarta-feira em coletiva que um diálogo deve contar não só com a mediação de Zapatero, mas também de governos da América Latina e da União Europeia, para que seja "transparente".
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) exige eleições gerais, sua principal bandeira durante protestos que deixaram cerca de 125 mortos entre abril e julho passado.