CONDENAÇÃO

Justiça do Paquistão condena cristão à morte por blasfêmia

A pena de morte por blasfêmia foi adotada no Paquistão em 1986 sob o regime militar do general Mohamed Zia ul-Haq

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Publicado em 15/09/2017 às 11:27
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A pena de morte por blasfêmia foi adotada no Paquistão em 1986 sob o regime militar do general Mohamed Zia ul-Haq - FOTO: Foto: Reprodução/ Google Maps
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A justiça paquistanesa condenou à morte um cristão acusado de blasfêmia por enviar a um muçulmano um poema considerado ofensivo ao islã, anunciou o advogado do réu nesta sexta-feira (15). 

Em julho de 2016, um tribunal acusou Nadeem James depois que um muçulmano, Yasir Bashir, denunciou o envio de um poema ofensivo ao profeta Maomé pelo aplicativo Whatsapp. "O acusado foi condenado à morte na quinta-feira por blasfêmia", declarou à AFP seu advogado, Anjum Wakeel. 

"Meu cliente recorrerá contra a condenação ao alto tribunal porque caiu na armadilha de seu amigo, que não gostava do relacionamento de James com uma jovem muçulmana", explicou Wakeel. 

O julgamento aconteceu em uma prisão por motivos de segurança, depois que líderes muçulmanos insultaram James e sua família, segundo o advogado. Os fatos aconteceram na cidade de Sarai-Alamgir, norte da província de Punjab, centro do Paquistão. 

Lei

A pena de morte por blasfêmia foi adotada no Paquistão em 1986 sob o regime militar do general Mohamed Zia ul-Haq (1977-1988).  Os defensores dos direitos humanos criticam a lei que, segundo eles, é utilizada com frequência em conflitos pessoais. Os liberais acusam os conservadores de denunciar atos de blasfêmia para calar seus críticos. Apenas as acusações foram suficientes para que dezenas de pessoas fossem linchadas no país asiático. 

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