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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assegurou que, "depois de semanas de conversas" entre delegados de seu governo e da oposição, estão "próximo de um acordo de convivência" para superar a crise do país.
"Estamos pertinho (...). Conseguimos instalar novamente uma mesa de diálogo necessária pela paz, pela soberania e pela prosperidade da Venezuela", disse o presidente a uma emissora de rádio e televisão.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) reiterou, porém, que "não há diálogo" até que cumpram suas condições. Entre elas, a fixação da eleição presidencial de 2018 "com garantias de probidade".
Na quarta e na quinta-feira, delegados do governo venezuelano e da MUD se reuniram na República Dominicana com o presidente desse país, Danilo Medina, para tentar concretizar uma agenda que permita assentar as bases de um diálogo.
Foi acompanhado pelo ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.
"Quero agradecer aos dirigentes políticos da oposição por terem sentado para dialogar com o governo revolucionário que eu presido, quero agradecer por estarmos em uma fase avançada de diálogo", assinalou o presidente.
Maduro pediu à oposição que respeite "as regras do jogo estabelecidas e os patrocinadores" das conversas.
"Saiu um comunicado insólito, cheio de mentiras, que não expressa nem o espírito nem a harmonia com a qual a mesa de diálogo se instalou", reclamou.
A MUD divulgou um comunicado no qual torna públicas suas demandas nas reuniões, entre elas a renovação do poder eleitoral (o Conselho Nacional Eleitoral), "o estabelecimento de um cronograma eleitoral com garantias de probidade, sem inabilitados, com datas precisas, incluindo a eleição presidencial, e uma qualificada observação internacional".
Também pede a libertação de opositores presos, entre outros pontos.
Próxima negociação
O governo e a oposição acertaram que México, Chile, Bolívia e Nicarágua acompanhem uma futura negociação. A próxima reunião será em 27 de setembro, também em Santo Domingo.
Medina informou que "é muito provável que, nos próximos dias, se anunciem dois países adicionais" para acompanhar as conversas.
As reuniões contaram com o apoio do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a quem Maduro também agradeceu.