O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse nesta quinta-feira (21) que vai consultar o governo federal sobre a possibilidade de as Forças Armadas fazerem o patrulhamento de vias importantes, como a Linha Amarela e a Linha Vermelha, o que permitiria que policiais militares ficassem liberados para atuar em comunidades.
Ele recebeu um ofício da Secretaria de Segurança Pública que lista 103 pontos que poderiam ser patrulhados pelas Forças Armadas, e levará essa possibilidade aos ministros responsáveis pela atuação das forças federais no Rio.
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"Não adianta a gente sonhar que eles [membros da Forças Armadas] vão entrar e ficar dentro da Rocinha, dentro do Alemão e dentro de Manguinhos porque isso eles já falaram que não vão fazer, e que não querem ter mais essa experiência", argumentou.
A partir da resposta dos ministros, o governador do Rio decidirá se vai enviar o ofício ao governo federal. "Recebi ontem à noite e vou encaminhar ou não", disse ele, que deve consultar os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Torquato Jardim, além do Comandante Militar do Leste, general Braga Netto.
Patrulhamento em postos listados
"Não vou criar uma expectativa de que vou ser atendido em tudo", adiantou Pezão, acrescentando a possibilidade de o pedido ser parcialmente acolhido, com o patrulhamento de parte dos pontos listados. "Tem Linha Amarela, Linha Vermelha, uma série de vias importantes que, se puderem ser feitas [pelas Forças Armadas], liberam PMs para nós entrarmos nas comunidades", explicou.
O governador reconheceu que o patrulhamento de vias não estava previsto inicialmente quando foi acertada a atuação das Forças Armadas no Rio de Janeiro, mas a necessidade foi detectada posteriormente. Pezão afirmou que, apesar disso, o pedido não requer uma nova autorização do presidente Michel Temer, porque já estaria contemplado no decreto anterior. "A gente vai ver se pode ou não. Vamos fazer o que eles puderem fazer", disse.
O governador afirmou que as operações conjuntas, em que as forças federais atuam no entorno enquanto as estaduais entram nas favelas, vão continuar acontecendo. Segundo ele, ao menos três operações desse tipo ainda devem ocorrer.