A aliança conservadora da chanceler Angela Merkel venceu a eleição geral deste domingo na Alemanha, segundo as pesquisas de boca de urna. Além disso, a votação marcou um salto no apoio a um partido anti-imigração, o que pode se traduzir em turbulência política para a maior economia da Europa.
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A aliança de centro-direita de Merkel aparecia com 32,5% dos votos, segundo a pesquisa de boca de urna divulgada pela emissora pública ARD. O Partido Social Democrata (SPD), de centro-esquerda, vinha com 20%. Caso isso se confirme, Merkel, de 63 anos, garantirá um quarto mandato, desde que assumiu o poder em 2005.
O nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), por sua vez, aparecia com 13,5% dos votos, segundo as pesquisas. Com isso, ele deve ser a primeira sigla de extrema-direita em mais de 50 anos a conseguir uma cadeira no Parlamento alemão.
O AfD tem em sua plataforma reduzir a integração europeia. O partido descreve a minoria muçulmana alemã como "um grande risco" e diz que o país deve diminuir o foco na lembrança do Holocausto. O apoio ao AfD aumentou em meio à chegada de mais de 1 milhão de refugiados e imigrantes, desde 2015.
O partido A Esquerda deve ficar com 9% dos votos. O resultado mostra um crescimento do apoio aos extremos do espectro.
O temor de perda de mais votos para o AfD poderia dar mais poder aos conservadores do campo de Merkel, que são reticentes sobre mais integração europeia e querem limitar o número de refugiados no país. Merkel, de qualquer modo, ainda é bastante popular, impulsionada pela economia forte e com baixo desemprego. A taxa de aprovação dela é de mais de 60%.
Caso a boca de urna esteja correta, o parceiro preferencial da aliança dela, o Partido Democratas Livres, deve ficar com 10,5% dos votos. Com isso, eles não conseguiriam formar uma maioria. Em vez disso, Merkel poderia repetir a atual "grande coalizão" com o SPD, embora alguns no partido dela resistam a isso. Outra opção seria se unir ao Partido Democratas Livres e ao Partido Verde, que obteria 9,5% dos votos.
O processo de montagem da coalizão pode levar semanas. O Partido Democratas Livres quer mais disciplina fiscal na zona do euro e uma postura mais dura com os imigrantes, enquanto os verdes são mais liberais nos dois temas. Já parte do SPD reluta em manter uma aliança à sobra de Merkel por mais quatro anos.