União Europeia

Conheça outras aspirações separatistas na União Europeia

A reivindicação separatista catalã não é um caso único na União Europeia (UE), onde várias regiões manifestam aspirações similares.

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Publicado em 04/10/2017 às 13:21
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A reivindicação separatista catalã não é um caso único na União Europeia (UE), onde várias regiões manifestam aspirações similares, como o País Basco, na Espanha, ou Flandres, na Bélgica.

Confira abaixo as demais situações:

País Basco

A tensão separatista diminuiu no País Basco, que se divide entre Espanha e França, desde a dissolução do Batasuna, braço político do ETA em janeiro de 2013.

Em outubro de 2011, o movimento armado basco ETA renunciou à luta armada, após 40 anos de atos de violência que deixaram 829 mortos.

O separatismo basco não desapareceu, porém. A coalizão de esquerda separatista EH Bildu é a segunda força política local.

Na Espanha, o País Basco se beneficia de um regime fiscal autônomo muito vantajoso - sistema esse que é reivindicado pelos catalães.

No domingo passado (1º), 40 mil pessoas foram às ruas em Bilbao em apoio ao referendo na Catalunha.

Em 24 de setembro passado, o presidente regional basco, o nacionalista conservador Iñigo Urkullu, pediu o reconhecimento das nações basca e catalã.

Córsega

A Córsega é a única coletividade na França, além dos territórios ultramarinos, que dispõe de um status particular.

Em 2014, a Frente de Libertação Nacional da Córsega (FLNC) anunciou que iria depor as armas, após décadas de atentados e de ataques armados.

Em 2015, uma aliança de separatistas moderados chegou ao governo da Assembleia Territorial. Em junho de 2017, a Córsega elegeu, pela primeira vez, três deputados nacionalistas.

A Assembleia da Córsega reivindica que o corso seja reconhecido como idioma oficial junto com o francês, assim como um estatuto fiscal específico.

Paris validou apenas a instauração de uma coletividade única, válida a partir de 1º de janeiro de 2018, no lugar dos dois departamentos e da atual coletividade territorial.

Em 22 de setembro, a Assembleia da Córsega destacou "a legitimidade incontestável do governo da Catalunha".

Escócia

Região semiautônoma desde 1998, a Escócia dispõe de um Parlamento com um amplo leque de competências - à exceção da diplomacia e da defesa, exclusivas do governo britânico.

Em 2014, a Escócia celebrou um referendo de autodeterminação, no qual 55% dos eleitores rejeitaram a independência.

A vitória do Brexit reativou a ideia de um novo referendo em 2018, mas os fracos resultados obtidos nas legislativas de junho passado pelo Partido Nacional Escocês (SNP) levaram a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, a adiar a decisão.

Depois do referendo de domingo na Catalunha, Nicola Sturgeon pediu à Espanha para "mudar de rumo" e condenou a repressão policial.

Flandres

Em Flandres, região flamenga do norte da Bélgica, o partido nacionalista Nova Aliança Flamenga (N-VA) reivindica a criação de uma República Flamenga.

Nas legislativas belgas de 2014, a N-Va se tornou o principal partido da Bélgica e pedra angular do governo federal do francófono Charles Michel.

No domingo, o ministro-presidente de Flandres, Geert Bourgeois, exigiu do governo espanhol que "ponha fim à violência", convocando-o ao diálogo com "os dirigentes legítimos de um povo pacífico".

Lombardia e Vêneto

Em 22 de outubro, será realizado um referendo nas regiões da Lombardia e de Vêneto com o objetivo de obter maior autonomia.

O presidente da Lombardia, Roberto Maroni, membro da Liga Norte, ressaltou que o referendo acontece "no âmbito da unidade nacional, que não se trata de independência".

A Liga Norte, que em sua origem promovia a independência da Padânia (englobando o norte do país), transformou-se em uma força federalista com um discurso contra o euro e contra os imigrantes.

Ilhas Feroe

Em abril de 2018, as ilhas Feroe - arquipélago da Dinamarca no Atlântico Norte - vão realizar um referendo sobre uma nova constituição, contemplando o direito à autodeterminação.

Esse território, que obteve sua autonomia em 1948, conta com um Parlamento e tem soberania sobre as águas territoriais. Diplomacia e defesa continuam, contudo, nas mãos do governo central dinamarquês.

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