CATALUNHA

Puigdemont prevê declaração de independência da Catalunha 'em dias'

Presidente da Catalunha já havia informado que a independência seria declarada 48 horas após a divulgação dos resultados.

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Publicado em 04/10/2017 às 2:40
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Presidente da Catalunha já havia informado que a independência seria declarada 48 horas após a divulgação dos resultados. - FOTO: Foto: LLUIS GENE / AFP
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O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, disse à rede britânica BBC que o governo regional deve declarar a independência da Espanha "em questão de dias", após a apuração total dos votos do referendo proibido realizado no domingo.

"Vamos declarar a independência 48 horas após a apuração oficial de toda a votação. Provavelmente isto vai acabar quando tivermos os votos do exterior. Nos movemos entre o final de semana e o início da semana que vem", disse Puigdemont. 

O governo de Puigdemont já havia informado que a independência seria declarada 48 horas após a divulgação dos resultados. 

Para responder à crise política desatada após o referendo, marcado pela repressão policial, o chefe de Estado da Espanha, rei Felipe VI, pediu nesta terça-feira a defesa da ordem constitucional diante da "deslealdade" dos separatistas catalães. 

Em meio à ameaça de intervenção de Madri, Puigdemont advertiu que isto seria um erro. 

"A intervenção na autonomia, a prisão dos membros do governo ou a minha detenção podem ser erros definitivos".

"Serão outros erros nesta corrente de erros. Depois de cada erro nós saímos mais fortes. Hoje estamos mais próximos da independência que há um mês, e não apenas porque avançamos no calendário que havíamos fixado, mas porque a cada semana e a cada erro acumulamos mais força social".

No domingo, Puigdemont declarou que após o referendo da Catalunha se conquistou o "direito a ter um Estado independente". 

Conflito

Envolvido há anos em um conflito crescente com o governo do conservador Mariano Rajoy, o executivo catalão realizou no domingo a consulta sobre a independência, apesar da proibição do Tribunal Constitucional.

Na tentativa de impedir o referendo, a polícia nacional e guardas civis recorreram à violência contra pessoas que queriam votar e cerca de 900 eleitores ficaram feridos, segundo o governo catalão. 

Apesar da repressão, 2,2 milhões de pessoas votaram e 90% aprovaram a independência.

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