CONFLITO

Forças do regime sírio entram na cidade de Mayadine, reduto do do EI

A cidade de Raqa é alvo de uma ofensiva liderada pelas Forças Democráticas Sírias

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Publicado em 06/10/2017 às 13:45
Foto: HAMZA AL-AJWEH / AFP
A cidade de Raqa é alvo de uma ofensiva liderada pelas Forças Democráticas Sírias - FOTO: Foto: HAMZA AL-AJWEH / AFP
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As forças do regime sírio entraram nesta sexta-feira (6) na cidade de Mayadine, um dos últimos redutos do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria, graças a uma vasta ofensiva apoiada pela aviação russa.

Mayadine foi descrita nesta sexta por uma fonte militar síria como "a capital dos serviços de segurança e militares" do EI na província petrolífera de Deir Ezzor (leste), cuja capital de mesmo nome também é alvo de uma outra ofensiva contra os extremistas islâmicos.

"Com o apoio da aviação russa, as forças do regime entraram em Mayadine e controlam os edifícios no oeste da cidade", informou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane, à AFP.

Foi para Mayadine e Bukamal, duas cidades localizadas no Vale do Eufrates que se estende até a fronteira iraquiana, que os extremistas fugiram de Raqa (norte), onde o EI é encurralado.

A cidade de Raqa é alvo de uma ofensiva liderada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão de curdos e árabe apoiada por Washington.

O EI controla desde 2014 Mayadine, a cerca de 40 quilômetros ao sul de Deir Ezzor, onde a organização extremista ainda está presente em vários distritos.

'Golpe severo'

Para a fonte militar síria, a perda desta cidade representa um "golpe severo" para a organização ultrarradical.

"Ao dirigir suas operações para Mayadine, o Exército quer acabar com a presença do EI em toda a província, afirmou, indicando que "o controle do leste da província é uma prioridade".

Um dos objetivos das forças do regime é chegar ao campo de petróleo de Al-Omar, no nordeste de Mayadine, segundo o OSDH.

Antes de ser destruído em outubro de 2015 pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, este campo proporcionava aos jihadistas entre 1,7 e 5,1 milhões de dólares por mês, segundo a coalizão.

Os extremistas ainda controlam mais da metade da província de Deir Ezzor, e duas ofensivas distintas estão em andamento para derrotá-los.

De um lado, as forças do regime avançam rapidamente na parte oeste em direção ao Eufrates graças ao apoio da aviação russa. Do outro, uma aliança de combatentes curdos e árabes apoiados por Washington, as Forças Democráticas Sírias (FDS), está combate no lado leste do rio.

A organização extremista perdeu grande parte dos territórios conquistados em 2014 no Iraque e na Síria. Acaba de perder Hawija, o último grande centro urbano que ainda controlava no Iraque.

O mês de setembro foi o mais mortal em 2017 na Síria, país em guerra há mais de seis anos, com mais de 3.000 mortos, entre eles quase mil civis, de acordo com OSDH.

Na quinta-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) mostrou preocupação com as centenas de civis mortos na Síria e com as milhares de pessoas recém-deslocadas, enquanto o país atravessa um "pico de violência" desde a batalha de Aleppo, em 2016.

Segundo o CICV, "cada vez mais homens, mulheres e crianças estão fugindo da violência das operações militares".

A organização acredita que, todos os dias, "mais de mil" civis cheguem aos campos de deslocados estabelecidos em torno de Raqa e Deir Ezzor.

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