A tempestade tropical Nate avançava nessa sexta-feira (6) ao longo da costa caribenha de Honduras em direção ao México e aos Estados Unidos, após devastar os países centro-americanos, onde deixou 27 mortos.
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Às 24H00 GMT dessa sexta, Nate se encontrava a 125 km de Cabo Catoche, no estado mexicano de Quintana Roo, e a 125 km da turística ilha de Cozumel, segundo o Serviço Meteorológico Nacional do México (SMN).
Nate se desloca a 35 km/h com ventos firmes de 100 km/h e rajadas de até 120 km/h, e após cruzar o Golfo do México deve tocar a terra nas primeiras horas de domingo, como furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson (1 a 5), segundo o SMN.
As autoridades de Nova Orleans (Louisiana) decretaram o toque de recolher a partir da tarde de sexta-feira, assim como evacuações obrigatórias e voluntárias em certas áreas de pouca altitude, especialmente vulneráveis às inundações.
Costa Rica, Nicarágua e Honduras, os países mais atingidos por Nate, começavam a contabilizar os danos, enquanto as chuvas pareciam dar uma trégua.
A tempestade deixou 12 mortos na Nicarágua, dez na Costa Rica, três em Honduras e dois em El Salvador, além de vários desaparecidos, de acordo com os serviços de emergência.
A Comissão Permanente de Contingências de Honduras (Copeco) decretou, nesta sexta-feira, alerta vermelho e ordenou evacuações em várias comunidades do Pacífico sul devido ao risco de inundações.
Comunidades inteiras da Costa Rica e Nicarágua continuam isoladas pela destruição de pontes, inundações de estradas, rios que transbordaram e deslizamentos de terra que arrasaram casas e estradas, enquanto a saturação de água no solo ameaça com novos deslizamentos.
Em Honduras, a zona mais afetada foi o sul do país, enquanto o alerta amarelo continua vigente para a maior parte do território, segundo a Copeco.
Buscas por desaparecidos
Na Costa Rica, as comunidades do Pacífico norte e a zona sul ainda estavam inundadas, enquanto as equipes de resgate procuravam mais de 30 pessoas desaparecidas.
O presidente Luis Guillermo Solis anunciou três dias de luto pelas nove pessoas mortas no país, incluindo uma menina de três anos que faleceu em um deslizamento de terra que destruiu sua casa.
Solis advertiu que, apesar da melhora do tempo, ainda existe o risco de inundações e deslizamentos de terra porque tudo indica que as chuvas continuarão no fim de semana e os solos estão saturados de água.
"Realizamos uma avaliação muito detalhada da situação climática. Está melhorando, mas não em Guanacaste (noroeste) e no sul. Esta situação é enganosa porque vai chover durante o fim de semana, o solo está saturado e há possibilidade de deslizamentos de terra", advertiu o presidente.
Mais de 5.000 pessoas permanecem em abrigos na Costa Rica, e o presidente pediu-lhes que continuassem por mais alguns dias para facilitar o trabalho de recuperação das áreas afetadas.
Na Nicarágua, várias localidades estão isoladas em razão do bloqueio de estradas no norte e no sul do país. Além disso, milhares de famílias ficaram sem eletricidade como resultado das fortes chuvas, de acordo com a vice-presidente, Rosario Murillo.
Em Belize, o governo pediu que os moradores das regiões mais baixas se desloquem para áreas elevadas, devido ao risco de inundações.