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A embaixada americana em Ancara anunciou, neste domingo (8), a suspensão imediata da concessão de vistos em todas as missões diplomáticas dos EUA na Turquia, em um contexto de tensão pela detenção de um funcionário do consulado de Istambul na última quarta (4).
Para "reavaliar o compromisso" das autoridades turcas na hora de garantir a segurança das missões diplomáticas americanas e "para limitar o número de visitantes" durante essa avaliação, a embaixada decidiu "suspender imediatamente todos os serviços" - salvo no caso dos vistos de imigração, informa a Diplomacia dos EUA em um comunicado.
Washington adotou a medida após a detenção de um funcionário local de seu consulado em Istambul por suspeita de vínculo com os promotores do frustrado golpe de Estado de julho de 2016 na Turquia.
Em reciprocidade, a embaixada turca em Washington anunciou hoje que também deixará de emitir vistos para americanos - salvo nos casos de imigração.
Restrições
Aparentemente, as restrições turcas vão além daquelas aprovadas pelas autoridades americanas.
"Acontecimentos recentes obrigaram o governo turco a avaliar o compromisso do governo dos Estados Unidos com a segurança das instalações e do pessoal das missões turcas", de acordo com uma declaração publicada na conta do Twitter da embaixada turca em Washington.
"Para reduzir ao mínimo o número de visitantes à nossa Embaixada e a consulados enquanto essa avaliação é realizada, suspendemos - com validade imediata - todos os serviços de visto, salvo os de imigração, em todas as instalações diplomáticas nos Estados Unidos", acrescenta o texto.
"Esta medida se aplicará a vistos em passaportes, assim como a vistos eletrônicos expedidos na fronteira", completa.
Em nota divulgada na quinta-feira pela embaixada dos EUA em Ancara, o governo americano se mostrou "profundamente preocupado" com a detenção, lamentando os vazamentos de fontes oficiais turcas sobre o caso. Considerou ainda que se trata de "julgar [o funcionário] na imprensa, e não diante de um tribunal".
O jornal pró-governo "Sabah" chegou a publicar informações sobre a família do detido, inclusive seu endereço residencial.
O empregado foi acusado de "espionagem", de tentativa de derrubar o governo e de estar ligado às redes de Fetullah Gulen, um pregador exilado nos EUA e considerado por Ancara mentor do golpe frustrado.
A embaixada diz que as acusações não têm fundamento.