Hillary Clinton acusou a plataforma WikiLeaks, nesta segunda-feira (16), de ter servido à Rússia, distraindo a atenção do eleitorado durante a campanha presidencial americana, logo no momento em que Donald Trump enfrentava um escândalo por uma gravação, na qual se gabava de assediar as mulheres de forma inadequada.
A derrota sofrida pela ex-secretária de Estado frente a Trump em novembro passado ainda não foi digerida e, em uma entrevista à rede Australian Broadcasting Corporation, a democrata criticou o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
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"Assange se tornou uma espécie de niilista oportunista que faz o que um ditador pede", alfinetou Hillary.
"Agora, o WikiLeaks é, infelizmente, uma subsidiária tomada quase por completo pela Inteligência russa", acrescentou.
Segundo FBI, CIA e NSA, as três grandes agências de espionagem dos Estados Unidos, o presidente Vladimir Putin e o governo russo "desenvolveram uma clara preferência pelo presidente eleito Trump", que durante a campanha fez comentários favoráveis ao líder russo.
Escândalo
Hillary se referia ao escândalo que explodiu quando surgiu um vídeo de 2005, no qual o então candidato republicano se gabava de se aproveitar do fato de ser famoso para assediar mulheres. O momento atual é especialmente delicado nos Estados Unidos, nesse sentido, em meio às acusações de assédio e abuso sexual lançadas contra o poderoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
Poucas horas depois do aparecimento do vídeo de Trump, o WikiLeaks publicou mais de 2.000 e-mails hackeados da conta do diretor de campanha da democrata, John Podesta.
"Não tenho nenhuma dúvida de que houve algum tipo de comunicação e, talvez, de coordenação para lançar isso em resposta", disse Hillary.
Para a ex-candidata, essas ações fora motivadas pela hostilidade de Assange em relação a ela.
Há cinco anos asilado na pequena embaixada do Equador em Londres para evitar sua extradição para a Suécia, onde é suspeito de crimes sexuais, Assange rebateu pelo Twitter as acusações de Hillary.
Defendeu a organização e chamou-a de "repulsiva". Assange também negou que a fonte do vazamento tenha sido a Rússia.