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Esperança de solução negociada na Catalunha é cada vez menor

Na sexta-feira, o Senado deve aprovar a destituição do presidente regional da Catalunha e de seu gabinete,

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Publicado em 24/10/2017 às 12:10
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Na sexta-feira, o Senado deve aprovar a destituição do presidente regional da Catalunha e de seu gabinete, - FOTO: Foto: JOSEP LAGO / AFP
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A três dias da votação no Senado sobre o plano do governo para assumir o controle direto da Catalunha e conter o projeto independentista do presidente da região, nenhuma parte demonstra sinal de apaziguamento.

Na sexta-feira, o Senado deve aprovar a destituição do presidente regional e de seu gabinete, proposta pelo governo espanhol, que exige uma retificação total dos líderes independentistas para renunciar a esta medida nunca aplicada até hoje.

Entre as medidas solicitadas também estão a supervisão das atividades do Parlamento regional, dominado pelos partidos separatistas, e o controle da polícia e dos meios de comunicação públicos da região.

O presidente do governo catalão, Carles Puigdemont, ainda não decidiu se comparecerá ao Senado em Madri para discursar contra a intervenção, que provocaria uma suspensão das competências de autonomia sem precedentes desde que o país retornou à democracia em 1977, após a ditadura de Francisco Franco (1939-1975).

"Dialogaremos (...) e iremos para conversar com esta realidade que não entendemos", declarou na segunda-feira à noite.

Sua presença seria interpretada como um sinal positivo, mas ele ouviria muitos outros passos para evitar a aplicação das medidas, advertiram vários membros do governo.

Na semana passada, o governo do primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy ofereceu a Puigdemont a possibilidade de convocar eleições regionais para evitar a suspensão do governo autônomo, mas a desconfiança domina o cenário.

"Neste momento, o descumprimento das obrigações do senhor Puigdemont não será solucionado simplesmente convocando eleições", alertou o ministro da Justiça, Rafael Catalá.

Ele deve destacar "expressamente se aconteceu ou não esta declaração de independência que com tanta ambiguidade estão manifestando", completou.

Ao mesmo tempo, em Barcelona os partidos independentistas preparam uma sessão plenária para o fim de semana, durante a qual poderiam declarar a independência, caso o Senado espanhol vote as medidas de intervenção.

Depois do referendo inconstitucional de 1º de outubro, que segundo o governo regional registrou uma taxa de participação de 43% e um apoio à secessão de 90% dos eleitores, os militantes separatistas esperavam a proclamação de uma República independente.

Pressionado pelos setores mais radicais do independentismo, Puigdemont evitou até o momento responder ao governo de maneira clara se declarou ou não a secessão desta região do nordeste da Espanha, orgulhosa de seu idioma e cultura próprias e muito apegada a sua autonomia.

O partido de extrema-esquerda CUP, que não integra o Executivo regional mas é fundamental para a estabilidade do governo catalão, deseja o avanço do processo de independência, assim como o progressista ERC, que é parte da coalizão de governo com o partido conservador de Puigdemont.

O setor econômico, porém, demonstra preocupação, algo evidente com a transferência da sede de quase 1.300 empresas.

Tanto a aplicação do Artigo 155 como a proclamação de uma república levariam esta região de 7,5 milhões de habitantes e com 20% da riqueza espanhola a um cenário incerto.

Aplicar a suspensão do autogoverno é algo complicado, pois dificilmente os líderes independentistas renunciarão a seus cargos por vontade própria e as convocações de desobediência dentro da sociedade catalã são cada vez mais intensas.

Mas declarar a independência aprofundaria a ruptura na região, dividida sobre a questão, e agravaria ainda mais a economia.

O CaixaBank, terceiro maior banco da Espanha, admitiu que retirou a sede social da Catalunha diante dos saques de correntistas nervosos com a incerteza política na região.

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