Milhares de pessoas se manifestaram em Madri, na tarde deste sábado (28), para defender a permanência da Catalunha na Espanha, no dia seguinte da votação de uma declaração de independência desta região no Parlamento catalão, um desafio sem precedentes ao Estado espanhol.
"É uma vergonha o que aconteceu na Catalunha, e uma vergonha o que aconteceu depois", denunciou Carlos Fernández, engenheiro de 41 anos, se referindo à decisão do governo central de Mariano Rajoy de convocar eleições na Catalunha, após dissolver, na noite de sexta, o Parlamento autônomo, dominado pelos separatistas, e de destituir o presidente separatista da região, Carles Puigdemont.
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Para Fernández, que ficou até meio-dia na Praça de Colón da capital, onde milhares de pessoas se reuniram neste sábado, "não vão mudar nada em dois meses", quando estão previstas as eleições, em 21 de dezembro.
A adesão ao protesto, organizado pela Fundação para a Defesa da Nação Espanhola, foi menor do que nas últimas manifestações pela unidade da Espanha, por causa, segundo Fernández, "do que o governo disse ontem. Muita gente acha que já está resolvido e pode seguir em frente".
Também participaram da manifestação representantes da direita, como Pablo Casado, um dos líderes do Partido Popular, no poder.
"A Catalunha nunca foi independente e nunca será", disse à imprensa, destacando que "a democracia de restaurou" com a aplicação da Constituição.
Rebelião
A procuradoria-geral anunciou, nesta sexta, uma queixa-crime na semana que vem contra Puigdemont, de 54 anos, por "rebelião", um crime pelo qual pode ser condenado a até 30 anos de prisão - equivalente à pena por homicídio.
"O que queremos é a proibição dos partidos separatistas. Porque, se voltarem a concorrer em eleições, vão governar a Catalunha, e voltamos ao começo", declarou Cándida Jiménez, uma aposentada e ex-funcionária da polícia municipal de Madri.