CÓLERA NO IÊMEN

Iêmen registra um milhão de casos suspeitos de cólera

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em menos de oito meses foram registradas mais de 2 mil mortes por cólera

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Publicado em 21/12/2017 às 16:35
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Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em menos de oito meses foram registradas mais de 2 mil mortes por cólera - FOTO: Foto: AFP
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O número de casos de suspeita de cólera no Iêmen chegou a um milhão, anunciou nesta quinta-feira (21) o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em um momento em que a coalizão liderada pela Arábia Saudita segue atacando os rebeldes huthis.

"Os casos de suspeita de cólera atingiram a marca de um milhão, o que amplifica os sofrimentos do país, mergulhado em uma guerra brutal", tuitou a organização.

Entre 27 de abril e 8 de novembro de 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 913.741 casos de suspeita de cólera, o que representa um em cada 30 habitantes, e 2.196 mortes vinculadas a esta doença. 

A Arábia Saudita dirige desde 2015 uma coalizão militar que intervém contra os rebeldes huthis no Iêmen, sobretudo através de ataques aéreos.

Os huthis ocupam amplos territórios do país, incluindo a capital, Sanaa, desde que expulsaram as forças pró-governo.

Riade impõe um bloqueio ao país e só autoriza a entrada de envios humanitários e comerciais com inspeção prévia, o que gera críticas de ONGs e organizações internacionais.

A OMS advertiu em 10 de novembro, durante um ato com a imprensa em Genebra, que a luta contra a cólera no Iêmen poderia sofrer um "duro revés" se o bloqueio do país continuasse.

O coordenador de emergência do Médicos Sem Fronteiras (MSF) para o Iêmen, Marc Poncin, declarou à AFP que as taxas de mortalidade por cólera haviam diminuído nos últimos meses, mas que a epidemia está longe de terminar, especialmente agora que se aproxima a temporada de chuvas.

 Chegada de ajuda humanitária

No início de novembro, a coalizão liderada pelos sauditas reforçou o bloqueio no Iêmen em resposta ao lançamento de um míssil pelos huthis xiitas, interceptado perto do aeroporto de Riade.

Depois, o bloqueio foi parcialmente retirado devido à pressão internacional, e a coalizão assegurou na quarta-feira que o porto de Hodeida, no mar Vermelho, permaneceria aberto "por um período de 30 dias" para a ajuda humanitária e os barcos comerciais que transportam alimentos e combustível.

Ao mesmo tempo, aumentou a pressão sobre os rebeldes ao sul de Hodeida, multiplicando os ataques aéreos contra suas posições.

Ao menos 43 huthis morreram nesses ataques em 24 horas, afirmaram nesta quinta-feira fontes médicas e militares.

Os ataques da coalizão em vários pontos do país também mataram civis, 11 deles em Saada (norte), segundo um chefe tribal e a televisão Al Masirah, controlada pelos huthis.

A Arábia Saudita acusa seu grande rival regional, Irã, de apoiar militarmente os huthis, o que Teerã nega.

O conflito no Iêmen teve início há mais de 1.000 dias e, desde que começou a intervenção da coalizão, foram registrados ao menos 8.750 mortos, entre eles muitos civis.

A coalizão afirma ter matado 11.000 rebeldes huthis desde março de 2015.

Por outro lado, o chefe de propaganda da Al-Qaeda na Península Arábica, o saudita Abu Hayer al Mekki, e outros cinco membros da rede jihadista, morreram na noite de quarta-feira em ataques de drones americanos contra seus veículos em Wadi Obeida, na província de Marib, afirmaram nesta quinta-feira fontes tribais.

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