O governo do presidente Donald Trump analisa a possibilidade de separar os filhos menores de seus pais para desestimular as famílias em entram ilegalmente nos Estados Unidos, informa nesta sexta-feira (22) a imprensa americana.
O departamento americano de Segurança Interna (DHS, sigla em inglês) "examinou mudanças de procedimentos, de política e de regulação" para enfrentar a imigração clandestina, e algumas medidas "foram aprovadas", admitiu Tyler Houlton, porta-voz do DHS, sem dar detalhes.
Vários funcionários do DHS, dos serviços de Imigração (Immigration and Customs Enforcement, ICE) e da Casa Branca revelaram de forma anônima aos jornais Washington Post e New York Times que uma das propostas é dirigida às famílias.
Atualmente, a presença de menores limita legalmente a capacidade dos serviços migratórios para manter as famílias em centros de detenção, de forma que pais e filhos geralmente são liberados rapidamente, com a obrigação de se apresentar regularmente a um juiz.
A proposta estaria dirigida a separar os pais dos filhos para poder manter os adultos nos centros de detenção, entregando as crianças aos serviços sociais.
Em março passado, o atual chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, que na época era secretário de Segurança Interna, se referiu à medida: "trataremos bem estas crianças enquanto nos ocupamos de seus pais".
Na época, houve grande indignação e a ideia foi descartada, enquanto a nova administração parecia cumprir seus objetivos com uma queda recorde da entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, mas as detenções na fronteira voltaram a crescer em novembro.
Outra proposta citada por New York Times e Washington Post estaria ligada aos menores que entram ilegalmente no país sozinhos e são entregues aos cuidados de parentes que já estão nos EUA.
Neste caso, a ideia é reforçar os controles sobre os parentes que recebem estes jovens, com repercussões legais para adultos em situação ilegal, segundo New York Times.