Ao menos 68 civis foram mortos no Iêmen na terça-feira (26) em dois ataques aéreos da coalizão dirigida pela Arábia Saudita, país que atua militarmente nesse território contra os rebeldes huthis - anunciou a ONU nesta quinta (28).
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O primeiro ataque atingiu um mercado popular muito frequentado na província de Taëz (sudoeste), matando 54 civis, entre eles oito crianças, relatou o coordenador humanitário da ONU no Iêmen, Jamie McGoldrick, em um comunicado.
O segundo bombardeio matou 14 pessoas de uma mesma família na província de Hodeida, às margens do Mar Vermelho, acrescentou.
Estes dois setores se encontram sob controle dos rebeldes.
Além dos 68 mortos de terça nos dois ataques aéreos, outras 41 pessoas morreram e 43 ficaram feridas nos intensos combates dos últimos dez, segundo McGoldrick.
"Me sinto profundamente chocado com o número crescente de vítimas civis em ataques indiscriminados".
"Estes incidentes mostram a falta total de consideração pela vida humana por parte de todos os beligerantes, incluindo a coalizão liderada pela Arábia Saudita, nesta guerra absurda e cujo único resultado é infringir sofrimentos incomensuráveis a seus habitantes", lamentou.
Em comunicado publicado pela agência saudita Spa, a aliança militar acusou McGoldrick de "parcialidade a favor das milícias huthis apoiadas pelo Irã" e de não entrar em contato com ela para comprovar a veracidade das informações.
Bombardeios
A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita intensificou os bombardeios contra os rebeldes iemenitas desde que em 19 de dezembro interceptou um míssil lançado por huthis contra Riad.
Essa coalizão entrou em ação e março de 2015 na guerra no Iêmen em apoio ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi e para deter o avanço dos huthis que conquistaram extensas zonas do país, incluindo a capital Sanaa, que continua em seu poder.
Mais de 8.750 pessoas morreram desde a intervenção saudita, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O país também sofre com uma epidemia de cólera e milhares de pessoas precisam de ajuda humanitária para sobreviver em um dos Estados mais pobres da península arábica.