A coalizão dirigida pela Arábia Saudita questionou nesta sexta-feira (5) mais uma vez o envolvimento do Irã na crise no Iêmen depois que os rebeldes iemenitas huthis dispararam um míssil balístico que foi interceptado em território saudita.
"O ato hostil dos huthis, apoiados pelo Irã, prova o envolvimento do regime iraniano com os rebeldes iemenitas", afirmou o porta-voz saudita da coalizão, acusando a República Islâmica de fornecer mísseis balísticos para grupos armados.
A Arábia Saudita interceptou nesta sexta-feira um míssil balístico sobre a província de Najrán, na fronteira com o Iêmen, depois que os rebeldes anunciaram um disparo contra o reino saudita, informou a assessoria de comunicação de Estado.
Os rebeldes iemenitas huthis, em guerra contra o regime apoiado por uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, afirmaram ter disparado um míssil contra a região de Najrán, em um comunicado lido por seu canal Al Massira TV.
Segundo a tv estatal saudita Al Ekhbariya, a defesa antiaérea interceptou o míssil balístico acima de Najran.
Este é o terceiro míssil balístico disparado pelos rebeldes iemenitas contra a Arábia Saudita desde 4 de novembro.
Os primeiros dois foram interceptados em novembro e em dezembro acima da capital saudita, Riad, quando visavam ao aeroporto internacional e o Palácio de Yamama, residência oficial do rei Salman.
As autoridades sauditas acusam o Irã de armar os huthis, o que Teerã nega.
"Rejeitamos as acusações de que o Irã fornece armas a diferentes grupos no Oriente Médio e desmentimos veementemente", afirmou na semana passada o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Bahram Ghassemi.
O bloqueio imposto pela Arábia Saudita e seus aliados árabes presentes militarmente no Iêmen torna impossível a entrega de armas, declarou ainda Ghassemi.
Se o Irã fornecesse armas aos huthis teria "a coragem de anunciar", completou.
A Arábia Saudita sunita e o Irã xiita, que têm as relações diplomáticas rompidas, são os dois pesos pesados adversário no Oriente Médio.
A coalizão sob comando saudita intervém no Iêmen desde março de 2015 em apio ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi. Este último foi expulso de Sanaa quando os rebeldes huthis se apoderaram da capital iemenita e de outros territórios do país em setembro de 2014.
Mais de 8.750 pessoas morreram desde a intervenção da coalizão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O país também sofre com uma epidemia de cólera e milhares de pessoas precisam de ajuda humanitária para sobreviver em um dos Estados mais pobres da península arábica.