A saída da União Europeia custaria ao Reino Unido quase meio milhão de empregos, no pior dos cenários, segundo um estudo encomendado pela Prefeitura de Londres e publicado nesta quinta-feira.
Se o país deixar a UE sem um acordo com o bloco, poderá perder 482 mil empregos entre 2019 e 2030, segundo o estudo da Cambridge Econometrics.
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Se o Reino Unido não conseguir acordar um período de transição para a saída, nem um acordo sobre a futura relação comercial, o país perderá 62,9 bilhões de dólares em investimentos neste mesmo período.
O informe compara quatro desfechos para a situação atual - que o governo descarta manter - de permanência no mercado único e na união aduaneira.
A hipótese mais otimista - o país acerta um período de transição de dois anos, que leva à permanência no mercado único, mas sem união aduaneira - também custaria caro: 176 mil empregos e 20,2 bilhões de libras em investimentos.
O prefeito Sadiq Khan, que fez campanha contra o Brexit no referendo de 2016, disse que as conclusões do estudo demonstram "riscos econômicos e de custo humano potenciais que estão em jogo nas negociações".
Khan acusou o governo de uma "falta de preparo absoluta" para avaliar o impacto do Brexit, e pediu para os ministros mudarem sua posição negociadora e pedirem a permanência no mercado único e na união aduaneira. O governo rechaça essa possibilidade, pois teria que continuar permitindo a livre-circulação de europeus - e um dos seus objetivos é justamente reduzir a imigração.
Um porta-voz do ministério britânico encarregado do Brexit disse que "o Reino Unido quer uma aliança especial com a União Europeia, que inclua uma nova relação econômica e em segurança".
O pior cenário, segundo a Cambridge Econometrics, seria curiosamente o que mais reduziria a imigração, sob preço de abalar a economia.