CONFLITOS

Jihadistas e rebeldes lançam ofensiva na província de Idlib

Hayat Tahrir al-Sham e seus aliados lançaram uma ofensiva contra as bases de retaguarda das forças do regime, dezenas de quilômetros ao sul do aeroporto

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Publicado em 11/01/2018 às 11:48
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Hayat Tahrir al-Sham e seus aliados lançaram uma ofensiva contra as bases de retaguarda das forças do regime, dezenas de quilômetros ao sul do aeroporto - FOTO: Foto: AFP
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Intensos combates estremeciam nesta quinta-feira (11) uma base militar estratégica no noroeste da Síria, opondo na província de Idlib as forças do governo aos jihadistas, que lançaram uma contraofensiva contra o regime.

As tropas do regime conseguiram na quarta-feira (10) à noite entrar no aeroporto militar de Abu Duhur, sob controle do Hayat Tahrir al-Sham, um grupo jihadista dominado pela ex-facção da Al-Qaeda na Síria.

Este aeroporto é de importância estratégica para as autoridades sírias: recuperar seu controle permitirá que tenha uma base militar na província.

Mas depois de entrar no aeroporto, localizado no sudeste da província, as forças governamentais enfrentam a "resistência feroz" dos jihadistas e rebeldes islamitas, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Na manhã desta quinta-feira, Hayat Tahrir al-Sham e seus aliados também lançaram uma ofensiva contra as bases de retaguarda das forças do regime, dezenas de quilômetros ao sul do aeroporto, de acordo com o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahman.

Para os jihadistas, "o objetivo é aliviar a pressão na frente do aeroporto", disse Abdel Rahman.

Retomada

A operação no sudeste da Idlib, lançada em 25 de dezembro juntamente com outra na província vizinha de Hama, permitiu que o regime retomasse dezenas de aldeias e localidades, de acordo com o OSDH.

Os últimos combates, pontuados por ataques aéreos do regime e de seu aliado russo, mataram 16 jihadistas e rebeldes, segundo a mesma fonte.

Na quarta-feira (10), 35 soldados do regime foram mortos em um contraataque jihadista no aeroporto.

O objetivo do regime é "proteger" uma estrada que liga Aleppo, a segunda maior cidade do país, até a capital Damasco.

O regime perdeu o controle do aeroporto no final de 2015, após um cerco de dois anos imposto pelos jihadistas. Desde então, sua presença na província se limitava a duas aldeias xiitas, Fua e Kafraya.

Alguns grupos rebeldes mantêm uma presença em Idlib e, apesar das diferenças com os jihadistas, uniram forças para lutar contra as forças de Bashar al-Assad.

A violência provocou um deslocamento importante da população: desde o início de dezembro, quase 100 mil pessoas fugiram dos combates, segundo o Escritório de Assuntos Humanitários das Nações Unidas.

"Muitos (deslocados) estão desabrigados, o que poderia expô-los a muitos riscos", especialmente durante o inverno, advertiu a organização.

Cerca de 96 civis, incluindo 27 crianças, morreram desde 25 de dezembro nos ataques aéreos do regime sírio ou da Rússia em Idlib, de acordo com o OSDH.

Na fronteira com a Turquia, Idlib é uma das quatro "zonas de distensão" decididas pelos patrocinadores internacionais dos beligerantes para obter um cessar-fogo em todo o país.

A ofensiva do regime irritou a Turquia, que apoia os rebeldes, e que na quarta-feira instou Rússia e Irã, aliados de Assad, a "assumir suas responsabilidades" e interromper a operação em andamento.

As autoridades turcas convocaram os embaixadores da Rússia e do Irã para comunicar seu "embaraço" diante da ofensiva.

As tensões lançaram uma nuvem de incerteza sobre o encontro que o presidente russo, Vladimir Putin, espera realizar nos dias 29 e 30 de janeiro em Sochi para encontrar uma saída para o conflito sírio que já custou mais de 340 mil vidas desde 2011. 

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