Os Estados Unidos ainda esperam pressionar os talibãs afegãos a negociar uma solução política ao conflito no Afeganistão, disse nesta terça-feira (6) o subsecretário de Estado, John Sullivan, depois que o presidente Donald Trump descartou um diálogo "nesse momento".
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Ao retornar de Cabul, Sullivan informou à comissão de Assuntos Exteriores do Senado que todos os líderes afegãos se comprometeram a "criar as condições que levariam os talibãs à mesa de negociações e estabelecerão o ambiente para uma paz duradoura".
"Esperamos que os paquistaneses também ajudem a convencer os talibãs para que entrem em um processo de paz", acrescentou.
Trump havia deixado a porta aberta para dialogar com este grupo fundamentalista islâmico ao apresentar sua estratégia em relação ao Afeganistão em agosto. Mas depois de um ataque que deixou mais de 100 mortos em Cabul, o presidente americano finalmente descartou no fim de janeiro qualquer conversa em um futuro próximo.
"Não acredito que estejamos preparados para falar nesse momento", disse Trump. "Pode ser que chegue o momento, mas levará muito tempo".
Pressionado pelos senadores democratas sobre esta aparente contradição, Sullivan insinuou uma distinção entre os talibãs moderados e os extremistas.
"O que o presidente Trump estava expressando foi em reação aos terríveis atos terroristas do mês passado em Cabul", declarou.
"Uma porção significativa dos talibãs não está pronta para negociar e poderia levar muito tempo antes que estivessem dispostos a negociar", argumentou.
Mas questionado por um senador sobre se os talibãs têm um lugar na mesa de negociações, Sullivan respondeu: "sim".
E imediatamente acrescentou: "não acho que haja um lugar para os elementos dos talibãs que planejaram esses ataques terroristas no mês passado. Não mostram uma disposição para sentarem à mesa".
Sullivan assegurou que o presidente afegão, Ashraf Ghani, está na mesma sintonia que Washington. "Quer ser muito firme contra esses elementos talibãs que massacraram homens, mulheres e crianças inocentes nas ruas de Cabul", disse.