Cinco militares morreram e dez ficaram feridos em um ataque com explosivos atribuído a membros rebeldes do Exército da Libertação Nacional (ELN ) e realizado na terça-feira, na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela.
Os soldados se deslocavam em caravana quando a carga explosiva foi ativada na passagem do primeiro veículo, segundo o comandante do exército, general Ricardo Gómez.
"Temos cinco homens mortos e dez feridos. Eles cumpriam uma atividade operacional de controle de rotas na zona rural do município de Tibú", no departamento de Norte de Santander, declaró o oficial à W Radio.
Gómez assinalou que o ELN como provável responsável pelo ataque, que acontece 24 horas depois desse grupo guerrilheiro anunciar uma trégua unilateral entre 9 e 13 de março, por ocasião das legislativas de domingo, dia 11.
"A hipótese mais provável aponta para a Frente Juan Fernando Porras Martínez, chefiada por Gonzalo Satélite, que já atuam nesse setor", acrescentou o chefe militar.
A nova demonstração de força acontece a 40 km da fronteira com a Venezuela, e faz parte de uma intensificação do conflito com ELN depois de um cessar-fogo bilateral em 10 de fevereiro.
Em função de vários atentados com explosivos, que deixaram militares mortos, o governo do presidente Juan Manuel Santos congelou os diálogos de paz com o ELN.
Mas, na véspera, o comando do ELN anunciou um cessar-fogo de suas atividades armadas durante as eleições legislativas.
A última guerrilha da Colômbia também defendeu a retomada dos diálogos de paz com o governo Santos.
As conversações foram instaladas em Quito há um ano.
"Esse é o tipo de gesto que nós estávamos pedindo", afirmou o chefe de Estado ao ser inteirado da decisão, acrescentando que tomará uma decisão após avaliar detalhes.
Ambas as partes se mostraram dispostas a acertar um novo cessar-fogo e retomar os diálogos, no entanto a delegação governamental permanece na Colômbia.
"Propomos ao presidente Santos fixar uma data de início do Quinto Ciclo de conversações para que envie sua Delegação de Diálogo a Quito", assinalou o ELN em seu comunicado.
O presidente colombiano, Prêmio Nobel da Paz 2016 por seus esforços para finalizar o confronto armado em seu país, busca alcançar com o ELN um acordo similar ao assinado no final de 2016 com as Farc, já desarmadas e transformadas em partido político.
Depois do histórico pacto, as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) participarão nas eleições legislativas de março e nas presidenciais de maio, nas quais os colombianos elegerão o sucessor de Santos.
Os ex-guerrilheiros têm garantidos 10 cadeiras no Congresso, apesar de terem de participar igualmente na votação, segundo o combinado depois de quatro anos de negociações em Havana.
Santos, que em agosto conclui seu segundo mandato de quatro anos, está impedido por lei de se candidatar a outro período presidencial.
A Colômbia quer por fim a um conflito armado que em meio século deixou cerca de oito milhões de vítimas entre mortos, desaparecidos e deslocados.