Os 5 mil metalúrgicos da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará, viram como uma ameaça aos seus empregos a decisão do governo americano de impor uma tarifa de 25% nas importações de aço e de 10% nas de alumínio.
O assunto chegou a ser levantado na última assembleia convocada para discutir a campanha salarial.
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Preocupação
"Temos 2.600 metalúrgicos contratados pela CSP e mais 2.400 terceirizados, totalizando cinco mil, que estão preocupados com essa situação imposta por Trump", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Ceará, Fernando Chaves.
"Até agora não falaram em demissão, mas não estão contratando. O clima dentro da siderúrgica é de expectativa e esperamos que isso se resolva logo. Que o presidente dos EUA entenda que precisamos desse emprego com a nossa produção de aço que exportamos para lá", afirmou nesta quarta-feira (14) um metalúrgico que trabalha na CSP há um ano e meio e pediu para não ser identificado.
Com um ano de CSP, outro metalúrgico, que também pediu anonimato, disse que os trabalhadores não foram avisados sobre o problema e a produção continua a todo vapor. "Se essa situação chegar até nós, será ruim, pois o emprego está difícil".
Em operação parcial desde 2016, a siderúrgica, que é uma sociedade entre a Vale e as coreanas s Dongkuk e Posco, foi inaugurada oficialmente há um ano. Na época, o governo do Ceará tinha a expectativa de que CSP, em sua capacidade plena, chegasse a representar 12% do PIB do Estado.
A superintendente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará (Simec), Vanessa Pontes, destacou em nota que "a sobretaxa onera os exportadores de aço para os EUA e gera desigualdade competitiva em favor das siderúrgicas americanas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.