Os 23 diplomatas russos expulsos do Reino Unido em represália ao ataque contra um ex-espião russa deixaram nesta terça-feira (20) a embaixada russa em Londres, constatou um fotógrafo da AFP.
Os diplomatas partiram em vários veículos com suas famílias no dia último dia do prazo de uma semana decretado pelo governo britânico para que deixassem o país. A esta medida, Moscou respondeu com a expulsão do mesmo número de representantes diplomáticos britânicos.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, se reunirá com o Conselho de Segurança Nacional e depois poderá anunciar novas represálias pela tentativa de assassinato com agente neurotóxico de Serguei Skripal e sua filha Yulia, na cidade inglesa de Salisbury (sudoeste), em 4 de março.
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Ambos foram hospitalizados e seguem em estado crítico
A investigação do ataque pode levar meses, estimou na segunda-feira o comandante da polícia antiterrorista britânica.
"Será frustrante para as pessoas. Vai levar semanas, possivelmente meses", disse Neil Basu à BBC. "Temos 400 declarações, e ainda temos que recolher mais. Temos quase 800 objetos e 4.000 horas de imagens de câmeras de segurança", explicou, ilustrando a complexidade do caso.
"É frustrante, eu sei, mas é um trabalho consciencioso", disse ele.
O ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, acusou o presidente russo Vladimir Putin de conduzir seu país "na direção errada", prejudicando as liberdades em casa e matando "supostos inimigos" no exterior.
O fato de que a arma usada contra Skripal foi uma substância que só é fabricada em laboratórios militares russos mostra que foi "destinada para enviar um sinal" aos dissidentes, avaliou Johnson em um artigo no jornal Daily Telegraph.
"A mensagem é clara: vamos caçá-lo, nós o encontraremos, vamos matá-lo", acrescentou.