A Austrália anunciou nesta segunda-feira (26) a expulsão de dois diplomatas russos no âmbito da resposta coordenada dos países ocidentais ao envenenamento de um ex-espião russo no Reino Unido, que Londres atribui à Rússia.
O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, declarou que os dois diplomatas russos eram "agentes de Inteligência não declarados" e que tinham sete dias para abandonar a Austrália.
"Essa decisão reflete a natureza estremecedora do ataque, a primeira utilização ofensiva de armas químicas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com uma substância letal em uma zona habitada, colocando em perigo um número desconhecido de pessoas", afirmou o primeiro-ministro.
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Envenenamento de ex-espião russo
Turnbull explicou que a decisão do governo se devia à informação fornecida por Londres, segundo a qual a substância utilizada no envenenamento de 4 de março em Salisbury (sul da Inglaterra) de Serguei Skripal e de sua filha, Yulia, era um agente neurotóxico de um tipo desenvolvido na Rússia.
Segundo Turnbull, este envenenamento faz parte de "um esquema de comportamento perigoso e deliberado do Estado russo que constitui uma ameaça crescente para a segurança internacional".
"Um ataque assim não pode ser tolerado por nenhuma nação soberana", acrescentou o primeiro-ministro. "Apoiamos com força o chamado lançado pela Rússia para que revele a amplitude de seu programa de armas químicas conforme o direito internacional".
A Rússia nega toda a responsabilidade no caso Skripal e denuncia uma "campanha contra a Rússia" e uma "provocação" por parte da Grã-Bretanha e de seus aliados.
Moscou assegura ter destruído há anos todos os seus programas de armas químicas com a participação da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).
Mais de 20 países anunciaram a partir desta segunda-feira a expulsão de mais de 110 diplomatas russos, 60 deles nos Estados Unidos.