O Ministério Público de São Paulo acusou o ex-militante italiano de extrema-esquerda Cesare Battisti de ter dado informações pessoais falsas enquanto tramitava a documentação para se casar no Brasil, confirmou seu advogado Igor Tamasauskas.
"A defesa de Cesare Battisti informa que está tomando as providências cabíveis em relação à recente acusação de falsidade ideológica", explicou Tamasauskas por meio de um comunicado.
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O Ministério Público argumenta que tanto Battisti como a brasileira Joice Passos dos Santos apresentaram endereços falsos em maio de 2015, data anterior ao seu casamento.
Battisti vive atualmente em Cananéia, interior de São Paulo, e, segundo Tamasauskas explicou à AFP, a única consequência imediata da acusação é o "recolhimento noturno na sua residência".
"Chama a atenção o fato de o Ministério Público apontar a falsidade desta informação, considerando que se trata do local que Cesare Battisti se encontra até os dias atuais", acrescentou o comunicado divulgado pela defesa.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Italia
O italiano foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios perpetrados na década de 1970, mas fugiu e passou cerca de 30 anos entre México e França, onde desenvolveu uma carreira bem-sucedida como escritor de romances policiais.
Battisti, de 63 anos, nega esses crimes. O ex-militante foi preso em Corumbá em 4 de outubro de 2017 portando uma quantia de dinheiro acima da permitida, quando aparentemente tentava entrar na Bolívia.
Foi acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, mas foi libertado pouco depois e voltou a Cananéia. Segundo ele, esta detenção foi "armada" para criar as condições de sua extradição.
