O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom nesta segunda-feira (21) em seu confronto com setores da área da Inteligência e o FBI por seu papel na investigação sobre o suposto conluio com a Rússia durante a campanha de 2016.
O novo alvo da ira do presidente foi John Brennan, ex-diretor da Agência Central da Inteligência (CIA), a quem Trump responsabilizou por iniciar o que chamou de um "assassinato político" ao lançar as primeiras suspeitas do caso sobre a Rússia.
"Brennan está em pânico. Desonrou a si, desonrou o país e desonrou toda a comunidade de Inteligência", escreveu Trump no Twitter sobre aquele que foi diretor da CIA entre 2013 e 2017.
Em suas mensagens, Trump se baseou nos comentários de um analista do canal de TV ultraconservador FoxNews, Dan Bongino, para quem Brennan, ainda no governo de Barack Obama, começou "esta ruína sobre o presidente Trump".
"Foi um assassinato político. Não foi uma investigação da Inteligência", afirmou Trump em suas mensagens.
Paradoxalmente, Brennan ajudou a conseguir no Senado os votos para a confirmação de Gina Haspel, nomeada por Trump para comandar a CIA e que foi empossada nesta segunda.
Enquanto isso, Trump ensaiou nesta segunda-feira um gesto de respeito com a CIA durante a posse de Haspel.
Em seu discurso, o presidente buscou lançar pontes com a equipe da agência, afirmando que a mesma conta com "os principais profissionais de elite em todo o planeta".
Na sexta-feira passada, Trump afirmou que durante sua campanha eleitoral o FBI tinha "pelo menos um" informante "plantado".
No domingo, o presidente aumentou a pressão solicitando publicamente que o FBI lhe informasse se efetivamente tinha um agente infiltrado no comitê de campanha e se havia feito isso por ordem do ex-presidente Obama.
A investigação conduzida pelo procurador especial Robert Mueller é uma dor de cabeça constante para Trump e o principal problema em suas difíceis relações com o FBI.
Denúncias
Até o momento, Mueller e sua equipe de investigadores apresentaram 22 denúncias concretas contra auxiliares e pessoas muito próximas a Trump durante a campanha.
Mas essas acusações se referem a crimes acessórios e não relacionados diretamente com suposto conluio com a Rússia.
Um dos pontos-chave da investigação de Mueller é a misteriosa reunião realizada em junho de 2016 por componentes de alto escalão da campanha de Trump com uma advogada russa, de quem aparentemente esperavam obter informações comprometedoras sobre a adversárias à Presidência, Hillary Clinton.
A pressão aumentou depois que, no domingo, o jornal New York Times assegurou que a mesma equipe também se reuniu com um consultor político israelense e com representantes de um príncipe da região do golfo pérsico.
Segundo jornais, todos eles fizeram ofertas legalmente questionáveis de ajuda à campanha de Trump.