TENTATIVA DE FAKE NEWS

Facebook revela novas tentativas de manipulação da informação

Mais de 30 páginas e contas falsas que alimentavam questões sociais polêmicas foram fechadas

AFP
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Publicado em 31/07/2018 às 18:42
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Mais de 30 páginas e contas falsas que alimentavam questões sociais polêmicas foram fechadas - FOTO: Foto: Reprodução/ Pixabay
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O Facebook informou nesta terça-feira (31) que fechou mais de 30 páginas e contas falsas envolvidas no que parecia ser um esforço "coordenado" para alimentar questões sociais polêmicas antes das eleições americanas de novembro, mas não conseguiu identificar a fonte, apesar de insinuações de que a Rússia estava envolvida.

A empresa disse que as contas de "maus atores" na maior rede social do mundo e em seu site de compartilhamento de fotos Instagram não poderiam estar ligadas a atores russos, que segundo autoridades americanas usaram a plataforma para disseminar desinformações antes da eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos. 

Mas a gigante da tecnologia disse que "parte da atividade é consistente" com a da Agência de Pesquisa da Internet (IRA), sediada em São Petersburgo - a fazenda de trolls russa que gerenciou muitas contas falsas no Facebook para influenciar os votos em 2016. 

"Encontramos evidências de conexões entre essas contas e contas da IRA anteriormente identificadas, mas não acreditamos que as evidências sejam fortes o suficiente neste momento para fazer uma atribuição pública à IRA", disse Alex Stamos, chefe de segurança do Facebook, durante uma conferência telefônica com repórteres. 

"Não podemos dizer com certeza se isto é a IRA com capacidades melhoradas ou uma organização diferente". 

A investigação está em um estágio inicial, e foi revelada agora porque uma das páginas estava orquestrando um contra-protesto no mundo real ante um evento "Unite the Right" em Washington, DC, em 10 de agosto. 

O Facebook está compartilhando informações sobre as páginas e contas com funcionários de inteligência, e planejou notificar os membros da rede social que manifestaram interesse em participar do contra-protesto. 

A rede social informou que está fechando 32 páginas e contas "envolvidas em um comportamento não autêntico coordenado", apesar de que talvez nunca se saiba com certeza que grupo ou país estava por trás delas. 

"A atribuição não é necessária para que encontremos e paremos esse comportamento", disse Stamos.

 "Corrida armamentista" 
 

O Facebook informou as agências policiais americanas, o Congresso e outras empresas de tecnologia sobre suas descobertas. 

"A revelação de hoje é mais uma prova de que o Kremlin continua a explorar plataformas como o Facebook para semear a divisão e disseminar desinformação, e estou feliz que o Facebook esteja tomando algumas medidas para identificar e abordar essa atividade", disse o senador democrata Mark Warner, membro da comissão de Inteligência da câmara alta, em um comunicado. 

"Também espero que o Facebook, junto com outras plataformas, continue identificando atividades de trolls russos e trabalhando com o Congresso na atualização de nossas leis para proteger melhor nossa democracia no futuro".

A empresa disse que os responsáveis ??pela campanha tinham tido "mais cuidado em cobrir seus rastros", acrescentando: "Encontramos evidências de algumas conexões entre essas contas e as contas da IRA que desativamos no ano passado (...), mas também há diferenças". 

Algumas das páginas mais seguidas que foram eliminadas incluíam "Resisters" e "Aztlan Warriors". 

A página "Resisters" contou com o apoio de seguidores reais para um protesto em Washington em agosto contra o grupo de extrema direita "Unite the Right". 

Stamos confirmou que as páginas também tratavam de questões de imigração com referências à agência de Imigração e Alfândega. 

As páginas não autênticas, que datam de mais de um ano, organizaram uma série de eventos no mundo real, e todos, com exceção de dois deles, foram realizados, segundo o Facebook.

A notícia chega apenas alguns dias depois de o Facebook sofrer a maior queda em um único dia do valor de mercado para qualquer empresa, depois de perder as previsões de receita para o segundo trimestre e oferecer projeções de crescimento fraco. 

A empresa de Mark Zuckerberg diz que a desaceleração virá em parte devido à sua nova abordagem de privacidade e segurança - que ajudou os especialistas a descobrirem esses chamados "maus atores". 

"Nós enfrentamos adversários determinados, bem financiados, que nunca desistem e estão constantemente mudando de tática. É uma corrida armamentista e precisamos melhorar constantemente também", disse o Facebook. 

"É por isso que estamos investindo pesadamente em mais pessoas e em melhor tecnologia para evitar que os maus atores usem mal o Facebook, e estamos trabalhando muito mais de perto com as autoridades policiais e outras empresas de tecnologia para entender melhor as ameaças que enfrentamos".

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