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Trump pede a procurador-geral fim da investigação sobre a Rússia

Presidente dos EUA chamou investigação sobre ingerência russa nas eleições de 2016 de 'caça às bruxas'

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Publicado em 01/08/2018 às 14:16
Foto: NICHOLAS KAMM / AFP
Presidente dos EUA chamou investigação sobre ingerência russa nas eleições de 2016 de 'caça às bruxas' - FOTO: Foto: NICHOLAS KAMM / AFP
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O presidente americano, Donald Trump, pediu nesta quarta-feira (1º) ao procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, que ponha fim à investigação em andamento sobre a suspeita de ingerência da Rússia na eleição presidencial de 2016.

"É uma situação terrível e o procurador-geral Jeff Sessions deveria interromper essa caça às bruxas agora mesmo, antes que manche ainda mais nosso país", tuitou Trump, referindo-se à investigação conduzida pelo procurador especial Robert Mueller.

Esta investigação busca determinar o alcance da ingerência russa na eleição de 2016 e - o aspecto mais difícil para a Casa Branca - se houve algum tipo de conluio entre funcionários russos e o comitê de campanha de Trump.

Em uma sequência de mensagens, Trump atacou Sessions, Mueller, os agentes que participam da investigação, assim como o processo judicial contra o advogado Paul Manafort. 

Em 2016, ele dirigiu a campanha eleitoral republicana por um breve período e agora é acusado de fraude fiscal e bancária.

"O conluio da Rússia com a campanha de Trump, uma das mais bem-sucedidas da história, é uma FARSA TOTAL", tuitou o presidente.

 

Sessions sob pressão

Trump alegou que um informe que, supostamente, estabelece a relação entre Trump e a Rússia foi pago pelo Partido Democrata "e foi usado para começar essa Caça às Bruxas. É uma vergonha!".

O próprio Sessions se isentou de conduzir essa investigação, porque também teve contatos não autorizados com funcionários russos depois das eleições e antes de integrar o governo.

Essa recusa de Sessions irritou Trump e também motivou a nomeação de Mueller como procurador especial responsável pelo caso.

Em suas mensagens nesta quarta, Trump lembrou o caso de um agente do FBI (a Polícia Federal americana) e membro da equipe investigadora de Mueller que havia enviado uma mensagem para sua namorada, afirmando que impediriam a vitória do magnata nova-iorquino.

Para a Casa Branca, o caso desse agente confirma que a investigação de Mueller não passa de uma "caça às bruxas".

Na segunda-feira, pelo Twitter, o presidente sugeriu que Mueller devia se retirar da investigação por causa do "conflito de interesses".

Agentes furiosos

Trump alega ainda que a equipe de investigação está repleta de agentes do FBI "furiosos" com a derrota da então candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton.

Hoje, o presidente reafirmou que Mueller tem "um enorme conflito e os 17 furiosos democratas que estão fazendo seu trabalho sujo são uma vergonha para os Estados Unidos".

A suspeita de ingerência russa na eleição resvalou na agenda da cúpula Trump-Putin há três semanas.

Putin - disse Trump - garantiu "que não é a Rússia. Direi o seguinte: Não vejo razão alguma para que tenha sido".

Mais tarde, Trump recuou e afirmou que o que ele quis, de fato, dizer é que não havia razão para que NÃO fosse a Rússia a responsável pela ingerência.

As declarações de Trump surgem um dia depois de o advogado Paul Manafort, um dos chefes de campanha do republicano em 2016, ter sido acusado formalmente nos tribunais por fraude bancária e fiscal.

Manafort é acusado de omitir uma renda milionária, fruto de seu trabalho como representante em Washington dos interesses do governo pró-russo da Ucrânia.

De acordo com Trump, Manafort já havia atuado com poderosos dirigentes do Partido Republicano, como o ex-presidente Ronald Reagan e o ex-pré-candidato Bob Dole.

"Trabalhou para mim por pouco tempo. Por que ninguém do governo me disse que estava sob investigação? Essas acusações não têm nada a ver com conluio. Isso tudo é uma FARSA TOTAL", garantiu o presidente. 

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