O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, alertou nesta segunda-feira (6) que perseguirá todos que "conspirarem contra a paz" em função do suposto atentado que o presidente Nicolás Maduro disse ter sofrido através de dois drones carregados de explosivos.
"A Procuradoria vai perseguir dentro da lei quem conspirar contra a paz cidadã (...). Que este fato sirva para extirpar de uma vez por todas qualquer tentativa de violenta de atentar contra a paz", alertou, falando à imprensa.
O funcionário classificou de "tentativa de magnicídio" e de "tentativa de massacre" a explosão de um drone carregado com explosivo C4 frente ao palanque em que Maduro e o alto comando militar encabeçavam no sábado um ato em comemoração aos 81 anos da Guarda Nacional.
O presidente saiu ileso, mas sete militares ficaram feridos.
O procurador confirmou que dois homens foram detidos em flagrante enquanto operavam o segundo drone de dentro de um carro perto da parada militar, no centro de Caracas.
No domingo (5), o governo informou que seis pessoas haviam sido detidas.
O segundo artefato explodiu depois de chocar-se com um prédio nos arredores.
"Foram identificados todos os autores materiais do fato e seus colaboradores", destacou Saab.
Também afirmou que foram estabelecidas as primeiras "conexões internacionales ".
O procurador havia antecipado que nesta segunda-feira divulgaria os nomes dos detidos, mas aparentemente ele os manterá em sigilo.
"Tentaram amedrontar as autoridades do Estado venezuelano, mas o que conseguiram foi fortalecer a unidade dos poderes públicos. Não vamos permitir que a Venezuela mergulhe numa espiral de violência", concluiu.
Um relatório policial ao qual teve acesso a AFP identificaria um dos homens como César Saavedra, que foi preso perto de um prédio residencial onde explodiu o segundo artefato.
Preparado para minifestações
Maduro, que declarou na véspera estar preparando uma resposta dura à tentativa de assassinato, tem previsto aparecer em público nesta segunda-feira para receber a manifestação de partidários ante o palácio presidencial de Miraflores.
Ele afirmou que os "financiadores do plano estão nos Estados Unidos e que a ordem de atacá-lo veio de Bogotá".
Maduro atacou diretamente o colega colombiano Juan Manuel Santos, que considerou nesta segunda-feira a acusação algo "insólito".
Na véspera de entregar o poder para seu sucessor, Iván Duque, Santos afirmou que, de "todas as loucuras de acusações que fizeram a ele, a de Maduro é a mais insólita".
"Que estou com a inteligência americana, com a direita venezuelana, armando complôs para assassinar presidente da Venezuela. Por Deus!", exclamou Santos durante um fórum em Bogotá.